quinta-feira, novembro 30, 2006

quinta-feira, novembro 16, 2006

Oprah Pop

Oprah é um fenómeno nos EUA. Esta mulher goza de um prestígio e de um poder difícil de igualar, e qual a sua principal ocupação? Um programa que existe desde 1986, parecido com o que Fátima Lopes fazia na SIC há uns anos. No entanto fá-lo de uma forma inigualável pois pode estar a falar com a Júlia Roberts ou com uma mulher sem braços que fala com a mesma sinceridade. Pode dissertar sobre o cancro da mama ou do seu problema crónico em engordar que a naturalidade é a mesma, pode ter a Madonna em exclusivo mundial a falar sobre a sua última adopção (como teve) ou ter um cão que nasceu sem as duas patas da frente e que aprendeu a andar como um canguru que fica igualmente emocionada.

Tanto dá um Pontiac a cada espectador (sobretudo espectadoras) do programa, como lhes paga as hipotecas ou, como fez recentemente, “convenceu” um banco a dar a cada espectador 1000 dólares para fazer uma boa acção a qualquer pessoa desde que não fosse seu familiar.

Tem um clube de leitura cuja poder e a extensão é tão grande que qualquer livro recomendado no programa entra directamente para a lista de bestsellers na semana seguinte.

Qualquer sondagem lhe dá imediatamente a vitória em qualquer cargo político no Estado de Illinois.

É tal o poder desta mulher que em uma semana é convidada a discursar no dia do holocausto perante as vítimas (a relação ultrapassa-me) e no dia seguinte está em Washington a colocar a primeira pedra no Martin Luther King memorial ao lado de dois presidentes dos EUA.

Em síntese, é uma mulher cheia de poder sem deixar de ser mulher, que inspira confiança, dá esperança e luta activamente por um mundo melhor.

O único revés? Parece que não foi convidada para o casamento do Tom Cruise na próxima semana (desde que saltou no sofá no programa a coisa ficou preta). Mas como dizem por cá ele vai arrepender-se de não a ter convidado.

(Para a Ana e a Rita, maiores fãs da Oprah que conheço)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Made in USA


O.J prepara-se para escrever um livro intitulado "If I Did It, Here's How It Happened".
Palavras para quê?

Lupe*


O Leonel Messi do rap/hip-hop. Grau 0 de fiasco.

ps: é um native de Chicago DC.

Ambiguidades

Andar na rua com o "The City and the Pillar" de Gore Vidal e a edição do dia do Record debaixo do braço.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Girl Talk

Girl Talk "Night Ripper", "extravaganza" de música. Samples de Elton John, Dr. Dre, Tears for Fears, Pixies, Stevie Wonder e quantos mais conseguirem identificar. Na linha dos 2manyDJ mas mais subtil.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Descodificação

António Pires de Lima sobre Ribeiro e Castro em crónica publicada na última edição do Expresso (04/11/2006): "um condutor político vocacionado para guiar em contramão...".

Trata-se de uma crítica disfarçada de elogio ou de um elogio disfarçado de crítica?

quarta-feira, novembro 08, 2006

Nem sequer a mediocridade é uma opção



Ao ouvir "I Am Not Afraid of You and I Will Beat Your Ass", último do trio de Hoboken que só pelo título vale a respectiva compra, fica-se novamente com a impressão que os Yo La Tengo não sabem fazer nada de realmente mau. Nem essa humildade parecem ter a preocupação de demonstrar. São como aqueles jogadores da bola que, mesmo se quisessem, não conseguiriam jogar mal. Uns chatos, mas uns chatos bons como à merda.

terça-feira, novembro 07, 2006

Uma campanha alegre

A democracia mais evoluída do mundo não é mais do que a democracia mais divertida no mundo. No estado em que tenho o prazer de viver actualmente (estado de Illinois) os personagens na corrida para governador são a senhora Judy Baar Topinka, com voz de quem fuma 3 maços de Galloise por dia e com um cabelo curto de uma cor ruiva altamente suspeita, que representa os republicanos, do outro lado do ringue mora um senhor chamado Rob Blagoevich (nome que por mais que tente não consigo situar no continente americano), com uma poupa de meter inveja ao Donald Trump, representante dos democratas.

A história conta-se numa penada;

No início o governador do Estado de Illinois era um septuagenário republicano de nome Ryan (nome que destoa com os demais envolvidos na história). Parece que este governador tinha muito amor ao cargo confundido as suas contas pessoais, com as do estado e as do partido. Em razão da sua idade tampoco soube explicar como tudo se tinha passado e porque nesta idade fazer contas é muito confuso, mas não é justificação para nada, foi bater com os costados na prisão sem direito a passar pela casa de partida.

Em razão disso os democratas “limparam” tranquilamente as eleições e o senhor Blagoevich foi eleito governador.

Chegamos à campanha para as actuais eleições. O senhor Blagoevich resolve atacar com um “negative ad.” com o título “What she’s thinking”, parece que a senhora Topinka era ministra do tesouro do senhor Ryan, e deveria ter vergonha de fazer parte de um bando de gatunos, convenientemente as imagens do anuncio são a senhora Topinka num comício dirigindo-se ao senhor Ryan nos seguintes termos; “ You are a damn decent guy governor, and I love you dearly.”

A senhora Topinka não se fica e faz o seu “negative ad.” de título “Had enough?” dizendo que o senhor Blagoevich é o político mais corrupto da história, que ao lado dele o senhor Ryan é um aprendiz de ofício, que o FBI está em cima do acontecimento e que aguardem por mais novidades.

A senhora Topinka parece ter algum jeito para a coisa porque dias depois o chefe de campanha do senhor Blegoevich, um tal senhor Retzko (também difícil de situar nos EUA, não é do sul com certeza), é preso pelo FBI por financiamentos ilegais.

O senhor Blagoevich vem a televisão dizer que não tem qualquer envolvimento na matéria e que desconhecia em absoluto as tropelias do senhor Retzko. Para suportar semelhante afirmação vem o senhor Obama (este definitivamente não o coloco nos EUA), Senador do grande estado de Ilinois, dizer que o senhor Blagoevich é de uma seriedade acima de qualquer suspeita (o senhor Obama parece que acabou de editar um livro que é um bestseller nos E.U.A. sendo inclusive falado como o futuro candidato dos democratas à presidência da Federação, logo a ajuda vinha mesmo a calhar).

Mas como o que parece nem sempre é, parece que a investigação do FBI revelou que o senhor Blagoevich tinha um invulgar hábito de contratar jovens trabalhadores e depois receber cheques chorudos dos progenitores desses trabalhadores (devia ser só para agradecer o novo trabalho dos filhos), mais parece que o senhor Obama vivia paredes meias com o Senhor Retzko (vivia, porque o senhor Retzko neste momento descansa nos calabouços do FBI) e que inclusive fizeram vários negócios juntos.

Como devem calcular a Senhora Topinka anda pelos arames e o Senhor Blagoevich anda com os nervos em franja, e as eleições são já amanhã.

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