sexta-feira, abril 28, 2006

Para ver

Quem já viu o anuncio da Honda com o coro vai perceber a graça.

IndieLisboa 2006



O meu IndieLx deste ano foi, digamos, 50/50. Começando pela parte negativa, esclareço imediatamente que o "Play" da chilena Alicia Sherson - integrado na secção de Competição Internacional - constitui uma verdadeira patetice. Haja fartura no cinema chileno! Se há baunilha para produzir esta manta de retalhos inapelavelmente ridícula, imagino que se faça muita e boa coisa no meio cinematográfico local. No final, só não votei 0 por que no boletim de voto o mínimo era 1. Regras são regras.

Por outro lado, tive a bela oportunidade de ver o interessantíssimo "Coming Apart", clássico de 1969 realizado por Milton Moses Ginsberg. Integrado na rúbrica Director's Cut, o filme tem como protagonista um tal de Rip Torn (quando percebi, através do Google, quem era este rapaz, fiquei perplexo... a palavra é mesmo essa... perplexo), que encarna um psiquiatra com um impulso neurótico-narcisista de registar todo o seu dia-a-dia no seu apartamento de Nova Iorque. Filmado num único plano até parece que adivinha o Big Brother na televisão cerca de 35 anos antes. Sexo, drogas, Jefferson Airplane e todo aquele psicadelismo inocente dos loucos sixties compõem um filme que acaba por se revelar premonitório na maneira como que adivinha toda a falência do ideário da época. Definitivamente, e ao contrário da palhaçada chilena acima referenciada, foi tempo muito bem gasto.

Para o ano há mais.

Ciclo vicioso

Ontem numa conferência um padre admitiu, e cito: “utilizamos por vezes uma linguagem bastante hermética”, no meu entender, as pessoas a quem esta mensagem se dirige (as pessoas que não conseguem perceber a linguagem dos padres) ficaram na mesma, já que para eles a palavra hermética é por si só hermética.

quarta-feira, abril 26, 2006

Hoje parto para onde se embebedava a olhar para .


Onde ensandecia com em gloriosas alucinações.


E onde perdeu todas as hipóteses de ser actriz desde o "Saved by the Bell"

Enfim... wish me luck.

quarta-feira, abril 19, 2006

Os Outros


Lonette McKee

Tradução do dia

Power of Attorney - Energia do Advogado

Murders and executions

Em que momento o direito europeu continental deixou de existir enquanto tal não sei.
Não digo a mania do letter of intent, do memorandum of understanding, do reps' and warranties, coisas que o nosso Código de Seabra já resolvia antes dos americanos saberem o que era um contrato.
Mas o Napoleão deve dar voltas na tumba cada vez que ouve dizer que a regra do precedente traduz-se numa maior segurança jurídica para os cidadãos do que os sistemas codificados.

Lista Negra

Não se trata de uma caça às bruxas até porque alguns (não muitos) destes deputados tiveram a devida justificação - paternidade ou representação da Assembleia da República no exterior foram alguns dos motivos de ausência. Mesmo assim, cerca de 85% destas pessoas não valem um voto que seja. A autêntica pornografia político-partidária a que se assistiu no passado dia 13 fundamenta, ou melhor, impõe que se dê ao conhecimento de todos os interessados os nomes e partidos envolvidos nesta verdadeira débacle ético-moral.

Para que se saiba, aqui fica a lista:

PS

Deputados que faltaram à reunião plenária

António Galamba Ceia da Silva
José Junqueiro
José Lello
Maria Carrilho
Matilde Sousa Franco
Ricardo Freitas

Deputados que faltaram à votação

Afonso Candal
Alberto Antunes
Alcídia Lopes
António Gameiro
António Vitorino
Armando França
Celeste Correia
Costa Amorim
Fernando Cabral
Fátima Pimenta
Hugo Nunes
Irene Veloso
Joana Lima
Joaquim Couto
Joaquim Pina Moura
Jorge Coelho
Jorge Fão
José Lamego
João Bernardo
João Soares
Luís Pita Ameixa
Lúcio Ferreira
Manuel Alegre
Manuel Maria Carrilho
Manuel Pizarro
Marcos Perestrello
Maria Cidália Faustino
Miguel Ginestal
Miguel Laranjeiro
Mota Andrade
Paula Cristina Duarte
Ramos Preto
Renato Leal
Ricardo Gonçalves
Rosalina Martins
Rui Vieira
Sónia Fertuzinhos
Telma Madaleno
Teresa Diniz
Teresa Portugal
Umberto Pacheco
Vítor Ramalho

PSD

Deputados que faltaram à reunião plenária

Adão Silva
Ana Manso
António Almeida Henriques
Carlos Andrade Miranda
Duarte Lima
Feliciano Barreiras Duarte
Fernando Negrão
Jorge Neto
Jorge Tadeu Morgado
José Cesário
José Eduardo Martins
José Raul dos Santos
Luís Marques Mendes
Miguel Relvas
Paulo Castro Rangel
Paulo Pereira Coelho
Rosário Águas
Virgílio Almeida Costa

Deputados que faltaram à votação

Agostinho Branquinho
António Silva Preto
Arménio Santos Carlos
Alberto Gonçalves
Carlos Poço
Correia de Jesus
Duarte Pacheco
Emídio Guerreiro
Guilherme Silva
Helena Lopes da Costa
Henrique Rocha de Freitas
Joaquim Ponte
Jorge Costa
Jorge Pereira
Jorge Varanda
José Matos Correia
José Matos Rosa
José Pedro Aguiar Branco
José Pereira da Costa
Luís Campo Ferreira
Luís Pais Antunes
Luís Rodrigues
Melchior Moreira
Miguel Almeida
Miguel Macedo
Mário Albuquerque
Nuno da Câmara Pereira
Paulo da Silva Santos
Pedro Duarte
Pedro Pinto
Ricardo Martins
Zita Seabra

CDS-PP

Deputados que faltaram à reunião plenária

António Pires de Lima
Pedro Mota Soares

Deputados que faltaram à votação

Abel Baptista
João Rebelo
Paulo Portas

terça-feira, abril 18, 2006

Sucessor de Cesário Borga faz anos

Corro o risco de escrever o post mais desinteressante da história deste barraco, mas as coisas quando são simples assim devem permanecer. Parabéns DC.

quarta-feira, abril 12, 2006

Desesperanto

Coordenar correctamente a altura de falar espanhol com os espanhois, alemão com os de cá e inglês com o resto do mundo é impossivel. Não raras vezes as empregadas ficam com o olhar mais cândido do mundo depois de me verem pedir tudo em espanhol, e eu só passado muito tempo (tempo demais) realizar o sucedido.

Palavras soltas

Hoje usei a minha palavra alemã preferida; Zussamenfassung. Leva-me de volta ao liceu.

Cenas típicas de Viena

Um português e um espanhol dobram a esquina e junta-se um californiano, metros depois, no meio da strasse, 4 indianos incorporam o batalhão - não sem antes apresentarem-se com nome compelto e vénia - com um grupo já composto avança-se com confiança - paragem súbita - a Tailandia estava perdida. Pois que se unam, dez perdidos valem mais que um.
Do meu rudimentar alemão peço indicações, Juridum Bitte? Immer gerade aus (ou algo muito parecido).
Hossana. O espírito intérpido dos Gamas e dos Cabrais persiste.

Recomendação II

"O Sol dos Scorta" - Laurent Gaudé.
Quando um livro nos faz interiorizar os pequenos prazeres da vida, não pode existir melhor recompensa.

P.S- Obrigado 'ninhas pela recomendação.

Notificação

Viena nunca me despertou qualquer paixão para além da música. Sempre considerei uma cidade absolutamente banal, onde os edifícios imperiais esgotavam a capacidade de imaginação e sobretudo a capacidade de criação. Pois não há dúvida que a a opinião com que um fica de uma cidade se deve mais a circunstâncias pessoais do que qualquer outro critério objectivo.
Tudo isto para dizer que estou em Viena. Fazer o quê? Num concurso de arbitragem (não de bola senão de direito), com equipas de literalmente o mundo inteiro. Estou a gostar.

The Economist

O editorial da última economist é dos raciocínios mais mendazes que tenho assistido ultimamente.

terça-feira, abril 11, 2006

sexta-feira, abril 07, 2006

Por motivos profissionais

Por motivos profissionais tenho escrito menos (muito menos).
Por motivos profissionais tenho de pedir desculpa (principalmente aos outros cooperantes) por escrever menos.
Mas, por motivos profissionais vou começar a pôr uns links que até são giros.

http://www.boardsmag.com/screeningroom/commercials/2548/

Jogo da Glória

Gostava que alguém me explicasse porque é que toda a gente quando fala do Iraque, diz que está à beira duma guerra civil, aproxima-se da guerra civil, está mais perto, está mais longe. Atenção que estamos a falar de uma guerra civil, não estamos a falar do jogo da glória. Se sair cinco na próxima jogada já está na guerra civil ou volta à partida?
Se quiserem comparar com um jogo usem o risco: Os estados unidos invadem Samarra com duas cavalarias contra uma infantaria, os iraquianos saem de Mosul para juntar as tropas em Kirkuk. Parece-me mais adequada a comparação mas se calhar em Portugal conhece-se melhor o jogo da glória.

quinta-feira, abril 06, 2006

Cavalos, funerais & riqueza

«I had come to the racetrack after the other two funerals and had won. There was something about funerals. It made you see things better. A funeral a day and I' d be rich.»

Charles Bukowski in "Post Office"

quarta-feira, abril 05, 2006

Quando não há margem de manobra

O meu agradecimento é feito tarde e a más horas, mas deixar passar em claro nunca seria uma hipótese. Um grande abraço.

Tríptico dos Horrores

Em 1989 Woody Allen, Francis F. Coppola e Martin Scorsese assinavam "New York Stories", filme que compilava três curtas-metragens assinadas por cada um deles. Cada uma com a sua visão da cidade que nunca dorme. Imagine-se agora um formato igual, mas com o tema em comum à volta do universo do terror. É esta a proposta de "3... Extremes", produção asiática que agrupa num só filme três curtas de origens diferentes (Hong-Kong, Coreia do Sul e Japão respectivamente).

É importante fazer desde já um aviso: o filme não é recomendável a pessoas mais sensíveis. "Dumplings", da autoria de Fruit Chan, abre com a versão mais macabra de que há memória sobre o mito do elixir da juventude. Só para espectadores com estômagos bem blindados. A via-sacra continua com "Cut" de Chan-wook Park, sul coreano que realizou o infame e celebrado "Old Boy". Sem concessões, conta uma história de vingança com sangue e tortura qb, misturando pelo meio uma interessantíssima teoria sobre os chamados homens bons e a sua incapacidade de praticar o mal. A fechar a galeria dos horrores, o japonês Takashi Mike constrói um conto sinistro sobre uma escritora de sucesso aprisionada no seu passado misterioso. Algo terrível aconteceu e chegou a hora do ajuste de contas.

Com exemplos magníficos do cinema fantástico vindo do oriente, o filme é absolutamente obrigatório para os fãs do género. Para quem não é cliente destas lides cinematográficas passa tudo por uma questão de estofo. Muito estofo.

domingo, abril 02, 2006

Lembrar e comemorar


Foi há três anos.

Abbarração


"Heaven Or Las Vegas" dos Cocteau Twins

Million dollar Marbella

Inacreditável o que se passa em Marbella.
Juan António Roca, delfím do já ido Gil y Gil, e director de Planeamento Urbanistico do Ayuntamiento de Marbella, conseguiu em menos de 15 anos reunir umas das 20 maiores fortunas de Espanha.
O esquema é-nos "familiar". Cerca de 120 empresas, todas dominadas pelo citado Roca, que contratavam directamente com o Ayuntamiento.
Existiam duas opcões; se um solo era urbanizável para edificar um bloco de edifícios, o promotor deveria "levantar" dois blocos, um para ele outro para uma das empresas de Roca. Se o solo não era edificável negava-se a construção, comprava-se o terreno ao promotor e construia uma das empresas de Roca. Este método, aliado a muitas malas "forradas" de notas, garantiam o sucesso.
O segredo deste homem era muito simples, não assinava qualquer documento, fosse qual fosse, o que tornou a poducção de prova assaz difícil.
O que faz este caso diferente dos outros é que todos, mas todos, os concelheiros do Ayuntamiento estavam envolvidos nestas operações. Oposição era coisa que não exisitia.
Hoje Marbella não tem dinheiro para comprar papel para as fotocópias, está tudo "investido".
Bem vistas as coisas a culpa é dos romanos.

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