segunda-feira, outubro 31, 2005

O pavão*

Na minha opinião, o acto de criação de um blog é algo que encerra em sim mesmo alguma dose de vaidade. É inevitável. O próprio exercício de pensar que alguém irá perder tempo a ler o que nos escrevemos é, por si só, uma indulgência. Grave? Não, mas mesmo assim uma indulgência.

Serve este intróito apenas para avisar que desta vez vou-me prestar a um ataque de vaidade bem raro por estas bandas. Não por pejo, mas por manifesta falta de pretextos. Mas desta vez o pretexto existe e não passará despercebido.

De facto, alguém bastante mais atento e diligente que eu em relação ao que lê e vê (e por essa razão daqui segue um grande abraço de agradecimento a AA), reparou que a Cooperativa foi citada para efeitos de publicidade do magnífico “Alice”. Segundo a nossa seguríssima fonte, em pleno Público da última sexta-feira vem um anúncio de página inteira ao filme de Marco Martins, onde se pode reparar em várias citações elogiosas sobre a obra, todas elas de blogs lusos. Inexplicavelmente ou não, um dos blogs citados é mesmo a Cooperativa.

No caso de alguém não gostar do filme - numa democracia tudo... mas mesmo tudo é possível - não contem com reembolsos por estas bandas.

* Adverte-se que este post nada tem a ver com Mário Soares.

quinta-feira, outubro 27, 2005

A Ala dos Namorados

Ao contrário do Clube Amigos Disney, esta trupe desperta todo o meu interesse. A acompanhar com a diligência que se impõe.

Exercício da cidadania (II)

Pela manhã, o condutor segue de carro para o trabalho. Sintonizado na TSF, o rádio anuncia a rubrica do Mel com Fel. Sendo terça-feira, os comentários são da responsabilidade de José Lello. O condutor decide desligar a telefonia.

Exercício da cidadania (I)

O condutor estaciona o carro enquanto um viciado em heroína ensaia umas mais que dispensáveis indicações gestuais para supostamente ajudar na manobra. Concluído o estacionamento, o toxicodependente dirige-se ao condutor:

- Amigo?!... tem uns trocos?
- Tenho - responde secamente o condutor.
- Não me orienta nada?
- Não.

Poder de encaixe

Ora ainda bem que o candidato do mofo está habituado a más sondagens. Como as coisas estão a andar, este tipo de serenidade vai ser deveras necessária.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Mais uma razão para apostar na educação

Ontem estava a ver uma reportagem sobre a Finlândia e um dos momentos era passado com uma família ao pequeno-almoço, numa conversa informal. Quando perguntaram ao pai se achava que os impostos eram muito altos (cerca de 50%) ele respondeu que isto era um preço a pagar para, entre outras coisas, proporcionar uma boa educação às crianças finlandesas. Se esta ideia parece ter lógica, muito mais lógica terá o argumento para justificar a aposta na educação: “Somos um país pequeno, com poucas pessoas, por isso não podemos desperdiçar os nossos recursos humanos. Daí apostarmos na educação dos nossos filhos.”
A ideia de se apostar na educação de todos quando a população não é muito grande parece bastante óbvia, mas em Portugal existem pessoas que se calhar ainda não perceberam isto.

terça-feira, outubro 25, 2005

Walking on thin ice

Tenho a certeza que o Kramer ficaria inchado de orgulho com a minha façanha. Hoje bati o meu recorde de quilómetros na reserva. 92.50!! Estou a falar de 92.50 quilómetros de pura adrenalina. 92.50!!!

Mas toda a proeza tem o seu custo. O desta foi exactamente 60 € de gasóleo.

sexta-feira, outubro 21, 2005

O meu voto já tem dono*


Agora que a candidatura presidencial de Cavaco Silva é oficial, já posso fazer a minha declaração de voto para as eleições que se seguem. Bem sei que é muito cedo (ainda nem sequer há data oficial para o acto eleitoral), mas bem vistas as opções, a minha decisão foi muito fácil de tomar.

Devo dizer, que votarei em Cavaco Silva por duas razões. A primeira prende-se com o facto de eu ser um confesso admirador do professor de economia. Acredito que os seus anos de governo foram os melhores que este país teve desde há muitos e muitos anos, e, nos tempos que correm, estou convencido que tem o perfil ideal para Belém. É um homem sério, honesto, seguro, com prestígio internacional, rigoroso, exigente e conhece como poucos os meandros do poder político em Portugal. Respeitinho é muito bonito e Cavaco sabe como consegui-lo. A juntar a isto, conforta-me saber que ele é o único candidato presidencial que se apresenta para ganhar umas eleições e não para derrotar alguém ou alguma coisa (neste quesito os candidatos de esquerda têm-se apresentado com uma postura assaz esquizofrénica em relação ao papão da direita).

A segunda ordem de razões está relacionada com o basilar princípio da exclusão de partes. Tendo em conta os outros candidatos, mesmo que eu não estivesse tão convicto do meu sentido de voto, seria bem provável que o meu voto lhe tocasse. Nunca na minha vida o meu voto iria para a candidatura apoiada pelos comunistas. Muito menos reservaria o meu direito de escolha em prol do candidato populista. Em relação à candidatura romântica, reconheço a minha simpatia por ela, mas políticos não se querem românticos, mas sim competentes e talhados para determinado cargo. Quanto à candidatura do mofo, além de se apresentar de uma forma pedante e irritantemente paternal, dá a ideia que goza com as pessoas (o que é loucura hoje, pode não o ser amanhã).

Tenho dito.

*Como se depreende do título, apenas explico a minha posição pessoal nestas eleições presidenciais e não do resto das pessoas que integram a Cooperativa. Este post apenas declara o meu sentido de voto e não do blog e dos seus elementos.

terça-feira, outubro 18, 2005

DocLisboa 2005

Esta coisa dos festivais de cinema tem sempre aquele elemento de rifa. Primeiro agendamos o dia em que é possível ir a alguma sessão. Segundo percebemos quais as sessões que nos dão jeito no dia seleccionado. Terceiro, se houver várias opções, escolhemos o filme que ficou com o privilégio de ser visionado (e digo privilégio, porque nos dias que correm tempo é um bem escasso).

Há vezes que a escolha se revela uma grande caca. Há outras, em que a obra que nos ficou reservada é uma absoluta revelação. Felizmente foi o que me calhou ontem no DocLisboa 2005*. Numa semana frenética, no único dia que podia ir ao festival, saquei da cartola esta pequena maravilha do documentário moderno.

Realizado pelo brilhantíssimo Ross McElwee, autor que só agora tive a honra de descobrir (e que honra!), este "Sherman's March" é pura inspiração. Junte-se um jovem documentarista em acentuada crise de identidade, medos e fobias de ameaça nuclear, uma vida amorosa frustrada e allenesca, a cruzada arrasadora de Sherman pelos estados do sul americano, a família típica do dirty south e Burt Reynolds e temos um dos exemplos mais fantásticos que tive a oportunidade de conhecer no campo do cinema documental. Enfim, uma noite em que a rifa que saiu valeu, e muito, a pena.

*Recomendação à organização: quando se exibe um filme de 155 minutos, um intervalo não fazia mal nenhum. Nenhum!!!!.

sexta-feira, outubro 14, 2005

quinta-feira, outubro 13, 2005

Controle de ansiedade


Tenho lido um pouco por todo o lado que o filme é uma maravilha. Não me admirava nada. Pelo menos em termos de protagonistas está lá gente que realmente interessa (Hoffman, Keener, Cooper).

Enquanto não chega a nossa vez, para não deixar a impaciência tomar conta da situação, sempre se pode ir lendo e relendo papelada. Nestes momentos de espera passar o tempo é uma necessidade. Se possível, bem rápida.

O que lhe aconteceu?

Ao ler um artigo de Francisco Belard na revista Actual do Expresso, deparei-me com a seguinte frase “…depois do que aconteceu, como sabemos, a Orhan Pamuk...”. Ele sabe, vocês podem saber, mas eu e se calhar mais de oitenta por cento dos leitores do artigo não sabemos, por isso pedia encarecidamente que algum leitor me pudesse esclarecer o que lhe aconteceu.

From NYC with love

Este já cá canta.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Um murro no estômago

Desde o "Corte de Cabelo" e o "Ossos" que não saía assim de uma sala de cinema depois de ver um filme português. Falo de "Alice", um verdadeiro portento cinematográfico.

Construindo um filme de estrutura perfeita (argumento e montagem fabulosos), Marco Martins consegue filmar Lisboa de uma maneira verdadeiramente desoladora e utiliza o silêncio da mesma maneira que se usa um facalhão bem afiado para cortar o coração de outrem. Nuno Lopes cumpre um verdadeiro tour de force, digno de um Pacino em "Serpico" ou de um Cage em "Leaving Las Vegas". Beatriz Batrada, se é que ainda haveria alguma necessidade, em 4 ou 5 cenas confirma ser a maior actriz portuguesa da actualidade. Os secundários, como Ivo Canelas ou Miguel Guilherme, ajudam inolvidávelmente à festa. Para concluir, a música de Bernardo Sasseti surge como a cereja no topo do bolo.

Sabendo que o produto é 100% português dá um gozo especial. Bravo!

segunda-feira, outubro 10, 2005

Autárquicas' 05 (VIII)

De longe, os grandes vencedores destas eleições foram os/as Amarantinos/as.

Autárquicas' 05 (VII)

Melhor que o próprio discurso em si, foi ver a Bárbara acenar afirmativamente a cada declaração do marido. Por detrás de um grande homem, está uma grande mulher

Autárquicas' 05 (VI)

O CDS/PP está quase a assumir o posto de lanterna vermelha partidária. Já faltou menos.

Autárquicas' 05 (V)

Queria aqui deixar a minha solidariedade para com o homem do microfone no discurso de vitória do Major Valentim Loureiro. Força homem!!! Sei que fizeste o melhor possível (mas foi por um triz que não mamaste um sopapo).

Autárquicas' 05 (IV)

João Soares começa a fazer lembrar aqueles treinadores, tipo Luís Campos, que cada vez que pegam numa equipa descem de divisão. Sempre que se lembra de encabeçar uma lista, vai para casa na noite eleições com um belo cabaz debaixo do braço.

Autárquicas' 05 (III)

Dos comentadores convidados pelas TV's para análise do processo eleitoral um se destacou. Ou melhor, uma se destacou. Odete Santos, pela imagem, discurso, postura, personalidade, etc, confirma que continua a ser um dos grandes OVNIS da política nacional. Absolutamente única.

Autárquicas' 05 (II)

Foi penoso ver e ouvir o discurso de derrota de Manuel Maria Carrilho. No fundo o candidato vencido (e de que maneira) apenas confirma as razões da sua não votação pelos alfacinhas. É um fulano intragável.

Deselegante como de costume, mostrou o que é a essência do não saber perder. Pior ainda, foi o pedantismo polidíssimo demonstrado quando afirmou que havia que se fazer um reflexão da nossa democracia tendo em conta a sua derrota. Claro! Se perdeu, é porque somos todos estúpidos.

Autárquicas' 05 (I)

Há muito que algo assim não se verificava. Desta vez o PCP, com a sua CDU, foi mesmo (mesmo!) um dos vencedores da noite.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Assistir a um concerto

Não posso concordar (se é que tenho de concordar ou discordar com o que fôr). Concedo que a expressão «ver um concerto» pode ser redutora. É redutora. Uma pessoa «assiste a um concerto». Neste caso o brasileirismo é mais elucidativo do próprio acto. Ver, ouvir, cheirar... a todos os sentidos se faz um apelo quando se «assiste a um concerto».

Em relação à música, dizer que ao ouvir os discos em casa se dispensa o acto de «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»), retira-se toda a vitalidade à música propriamente dita. O improviso, o ruído, o erro, a fisicalidade, a teatralidade, entre outras, são potencialidades inalcançáveis através de uma experiência doméstica. Mutatis mutandis, é impossível captar determinados pormenores ou nuances ao «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»). Uma não elimina a outra, mas ambas são necessárias.

Dia mundial dos professores

O dia mundial dos professores é 5 de Outubro que em Portugal é feriado.
Coincidência ou reflexo da realidade?
Nesta linha de pensamento o dia mundial dos juízes podia ser mudado para dia 10 Junho ou o dia dos funcionários públicos para dia 25 de Abril.

Indecisões de um republicano

Ano após ano a minha dúvida permanece. Todos os 5 de Outubro tenho o mesmo dilema: o que é que eu festejo mais? O fim da monarquia ou a implantação da República?

Bem vistas as coisas, o resultado é o mesmo. Júbilo. Puro júbilo.

terça-feira, outubro 04, 2005

20 most overrated movies of all time

Para quem gosta de classificações.
Os 20 fimes mais inflacionados da história, de acordo com a Premiere americana:

1-2001: A Space Odyssey
2-A Beautiful Mind (Mentes brilhantes)
3-American Beauty
4-An American in Paris
5-Chariots of Fire
6-Chicago
7-Clerks
8-Easy Rider
9-Fantasia (do Walt Disney)
10-Forrest Gump
11-Field of Dreams (com o canastrão do Kevin Costner)
12-Gone with the Wind (Tara!)
13-Good Will Hunting
14-Jules and Jim
15-Monster's Ball
16-Moonstruck
17-Mystic River
18-The Wizard of Oz
19-Nashville
20-The Red Shoes

O meu melhor critério é a quantidade de vezes que eu suportei vê-los. Tanto o Chicago como Mentes Brilhantes são capazes de ser as maiores porno-chachadas alguma vez feitas.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Block Party@Lx

50 Cent+Boss AC+Lloyd Banks+Young Buck+Olivia+Mobb Deep+M.O.P.

Mesmo com os seus altos e baixos, o Hip-Hop em Portugal estava a precisar de uma noite assim. O resto é conversa.

BIG UP!!!!!!

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