quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Dig!!! Bitch Dig!!!

Com o novíssimo e extraordinário Dig!!! Lazarus Dig!!! Mr. Cave continua o trabalho na construção do seu Manual Interpretativo da Bíblia. Desta vez é a figura de Lázaro que sobe ao palco principal, convenientemente situado em Nova Iorque, e Harry Houdini é convocado para o baile. Quanto à charmosa ralé dos Bad Seeds, nem sequer precisaram sair da garagem para tocar. A ver se todas estas maravilhas se confirmam no arraial do Coliseu.

Time to Pretend

Há-de ser até fartar.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

O meu nome é Vermelho*

Que sorte ser o Vermelho! Sou fogo, sou força! Reparam em mim, admiram-me, e não me resistem.

in "O Meu Nome é Vermelho", Orhan Pamuk

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Educando as massas

(Foto espoliada aqui)

Continuando a sua quixotesca e permanente lição de cidadania, a ZDB apresentou no fim-de-semana passado os portugueses Flanela de Tal, freak-trio que, sem querer e de um momento para o outro, pode mudar para sempre a vida de um fulano qualquer. Com honras de templo cheio e absolutamente esgotado - eu e o meu caro k. fomos os últimos fiéis a quem permitiram a entrada e mesmo assim, tivemos de fazer o choradinho da praxe -, a performance foi, talvez ou quase de certeza, inigualável.

Come a caspa, cospe a caspa!! gritava a vocalista, ou seja, o membro da banda com a função de segurar o microfone. Tudo feito com a maior das motivações. Nonsense rock, trash-funk e folk-naif foram as orientações escolhidas e a maralha parece que gostou. Eu gostei e isso é importante: gosto de gostar.

P.S.: "Uma tal de" Lydia Lunch apareceu pelo palco pouco depois. Prestação supérflua e reaccionária.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Duas caras


1ª Cara

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, desvalorizou hoje as irregularidades detectadas pelo Tribunal Constitucional (TC) na sua candidatura presidencial em 2006 e defendeu que o caso Somague deve ser posto em "pratos limpos".

"O que o TC identificou foi o facto de terem sido utilizadas duas sedes do BE e não ter sido paga renda ao BE. Com franqueza: eu sou dirigente do BE, o BE apoiou a candidatura e não tenho que pagar renda", afirmou Louçã aos jornalistas após uma visita ao Centro de Dia da Sé, em Lisboa.

O Tribunal de Contas (TC) apontou diversas ilegalidades e irregularidades a todas as candidaturas às eleições presidenciais de 22 Janeiro de 2006, sendo comuns as relacionadas com a descrição das despesas e receitas.

(...)

Às candidaturas de Francisco Louçã (BE) e Mário Soares (PS) foram apontadas as falhas de "inexistência ou insuficiência de mecanismos internos de controlo das acções de campanha e de registo dos respectivos custos".

2ª Cara
O dirigente do BE e ex-candidato presidencial defendeu que o caso Somague - em que o TC multou a empresa e o PSD por financiamento ilegal - deve ser "posto em pratos limpos. "Não pode haver uma empresa a financiar um partido. A Somague pagou cerca de 220 mil euros por um serviço que ninguém sabe qual foi. Hoje isso é um ilícito criminal, que podia e devia ter sido punido com três anos de prisão", afirmou Louçã.

O dirigente bloquista defende igualmente a investigação do depósito do BES de um milhão de euros, a favor do CDS-PP, em investigação no caso Portucale, e dos 24 milhões de euros depositados num agência do banco em Londres "a propósito [da compra] dos submarinos" para a Marinha portuguesa. "Tudo isso tem que ser investigado e posto em tratos limpos", argumentou Francisco Louçã.

in Lusa

Todo este jogo de cintura numa só notícia.

Nem piam


Talvez quase mais significativo que o acontecimento propriamente dito - a histórica sentença de condenação num caso de financiamento ilegal de partidos - é o profundo silêncio que se instalou nos restantes partidos. Pelo menos em relação ao problema em causa e como resolver ou atenuar a sua existência e efeitos.

O PSD, um dos condenados, nunca se poderia esquivar a uma reacção oficial e Ribau Esteves lá produziu uma das intervenções políticas mais hilariantes dos últimos tempos. Ao homem, por ter de se chegar à frente em virtude das obrigações do seu cargo institucional, só faltou mesmo espumar pela boca. A referência ao "desleixo" dos seus antecessores responsáveis pela ilegalidade dada como provada prova que a paz que se vive no PSD está mais que podre. Está bolorenta e nauseabunda.

Mas, como dizia em cima, sintomático, sintomático é o facto de todos os outros partidos (com ou sem assento parlamentar) ainda nem sequer terem piado sobre este episódio. E, meus caros, para este caso em concreto não colhe o argumento já clássico de "... no nosso partido não se fala, nem se comenta a vida interna dos outros partidos...". Bullshit.

Do que aqui se trata não é um acontecimento privado ou próprio da intimidade de um partido ou de uma organização política. Do que se trata é de uma decisão pioneira, histórica e inédita que mexe com todo o contexto político-partidário do país e, naturalmente, um partido que não se pronunciar sobre isso, das duas uma: ou é irresponsavelmente alheio a algo com uma importância desta dimensão (um problema real) ou tem algo a esconder no que a financiamentos diz respeito.

Na política as coisas são assim mesmo e, numa ocasião como esta, o silêncio tem valor material. Nem CDS/PP, nem BE, nem PCP, nem PS falaram sobre este assunto. Sobre possibilidades de melhorar mecanismos de controlo na vida financeira partidária, da necessidade de apurar a dimensão ética das práticas políticas organizadas. Nada. Assobiaram para o lado como se fosse um daqueles problemas que só acontecem aos outros (coisa que é, por entre inúmeros exemplos, manifestamente mentira). Isso sim tem significado político e passa a mensagem que todas as sedes dos partidos parlamentares têm telhados de vidro.

Os Outros


Marg Helgenberger

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Extremismos

No espaço de poucas semanas, o Fórum TSF fez programas ora dedicados à seca extrema, ora sobre a questão das cheias provocadas pelas chuvas violentas. Definitivamente, a noção de meio-termo é algo que está completamente eliminado das nossas vidas.

O meio - onde sempre esteve a virtude - foi à viola.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Isto é que é tabaco

Ora aqui está o que eu chamo um valente post. Para além da excelsa argumentação, encarar a guerra do Iraque como uma partida de ping-pong (ténis de mesa, para os puristas) sempre ajuda a aligeirar as coisas. Além disso, é sempre reconfortante saber que o caos nunca apareceu por aqueles lados.

Tenho vivido na escuridão há quase 5 anos mas nunca é tarde para descobrir a luz. Mesmo que cegue.

Fac-símile

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Eu também quero falar das eleições primárias

Agora que Romney saiu porque “valores mais altos se levantaram” posso abertamente dizer que estava convictamente a favor deste candidato republicano que o meu co-escriba k. apelidou de “Capitão América”.

Ficou visto que os EUA estão preparados para entregar o poder a uma mulher, a um afro-americano de origens muçulmanas, mas nunca a um Mórmon. Foi sempre o patinho feio da comunicação social, todas as vitórias em estados tão relevantes como o Michigan, Minnesota, Colorado, Maine, Massachusetts e, claro está, Utah, foram desvalorizadas. Sempre foi o alvo de ataque preferido de McCain e Huckabee. Tudo porque não pertencia ao “metier”.

Apesar disso foi ganhando Estado após Estado, com o discurso baseado na Economia, Reagan Style. Quando se transformou de um candidato potencial a um candidato real começou a insidiosa campanha do candidato a gastar a fortuna pessoal, do candidato “flip floper”, do candidato ao serviço do “establishment” ultra conservador, não tinha carisma, dizia-se; mas lá continuava a ganhar. Confesso que esperava uma “Super Tuesday” de calar “The best political team”; não aconteceu.

Para mim continua de longe a ser o melhor candidato. O menos político, o mais apto para os problemas que se adivinham nos E.U.A., o menos populista e o mais realista. Honestamente não consigo compreender as virtudes de McCain, para além de ser um POW, não consigo ver nele a projecção dos E.U.A. no mundo.

Nos democratas junto-me aos 50% dos americanos que odeiam Hilary Clinton, pelas mais diversas razões que dariam outro post. E quanto a Obama, “do not get me started”. Como dizia o outro; o candidato que tiver o apoio de todos os actores, artistas, cantores e desportistas é seguramente o pior candidato para a América.

Eu também quero falar do BCP

É natural que o Millennium BCP faça um aumento de capital. Tendo em conta aquilo que os próprios administradores consideram que cada acção do banco vale, e o que o mercado está disposto a pagar por elas, estes ainda acham que o valor recebido pela subscrição pública vale a pena.

Se o Conselho de Administração concluísse que o valor recebido pela subscrição pública era inferior ao real valor de mercado dos títulos, teria recorrido ao endividamento externo. É um claro sinal do próprio banco de que as acções valem ainda menos do que o mercado as avalia.

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