quinta-feira, novembro 29, 2007

Não se brinca com coisas sérias.

Queremos aproximarmo-nos da Europa mas parece que à medida que avançamos, deixamos o humor para trás. Não sei qual é a razão ao certo, pode-se usar as já clássicas teorias dos anos de opressão ou do saudosismo tão típico dos Portugueses mas parece-me que já estão a ficar um bocado fora de moda e de qualquer forma não sou sociólogo nem estilista.
Deve haver outra explicação para em Portugal no ano de 2007 não podermos utilizar o humor para retratar algumas situações, porque ao que parece serão demasiado sérias para se poder brincar com elas.
Ora é exactamente por serem sérias que podemos e devemos brincar, se uma situação for divertida não precisamos de fazer humor basta contar tal como é.
Esta lógica absurda de não brincar com coisas sérias tem tanto sentido como só se fazer caricaturas de alguém que tenha o nariz grande ou uma boca pequena.

O mais ridículo é que as poucas criticas em voz alta só colam, não por causa de argumentos válidos ou falta de graça, mas porque existe de facto uma terra fértil na nossa sociedade para aceitar e apoiar este género de censura. Sendo que normalmente a unica coisa que não tem graça é esta censura velada.

Em 1979 quando foi lançado o filme Life of Brian existiram criticas, artigos e manifestações. Se calhar a maior parte da sociedade era contra o filme, mas não foi isso que o impediu de existir, ter sucesso e ser hoje um ícone do humor mundial. A grande diferença é que as pessoas eram contra ou a favores mas diziam-no, existia um debate aberto e as pessoas defendiam as suas opiniões.
Não faziam como cá em Portugal que contam uma anedota em surdina mas depois criticam quem faz humor abertamente. Somos cínicos com o humor.

Esta relação com o humor pode estar relacionada com o facto de não acreditarmos bem na liberdade de expressão. Em ultima analise a liberdade de expressão é a possibilidade do que dizemos ou escrevemos, ofender profundamente algumas pessoas. Em Portugal legalmente existe, mas a diferença é que confrontadas com uma situação limite as sociedades desenvolvidas dizem: aguente-se, a nossa diz: está mal, é errado, não há direito.
Eu acho que não só há direito como há o dever. Não há nada melhor que uma boa piada sobre alguém com deficiências ou sobre religião.

Este vídeo é um bom exemplo da postura aguente-se.



É verdade, o filme Life of Brian tem 29 anos e ainda hoje pode servir para comparar. Se calhar já vai sendo tempo de em Portugal começarmos a brincar com coisas sérias.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Nada como um bom derby

Independentemente das considerações e motivações de cada um, a rivalidade entre Miguel Sousa Tavares e Vasco Plulido Valente (que ameaça tornar-se num clássico moderno), está a fazer maravilhas pela literatura portuguesa. País que se preze culturalmente tem que ter este tipo de luta de galos.

Eu tenho o meu partido, mas isso não interessa. Derby é derby e, com a sua total falta de vocação, talento e habilidade, a Isabel Pires de Lima até ficaria bem agradecer. Um pouco de chuva, mesmo que "materialmente" irrelevante, pode ter óptimos resultados no deserto .

Ask Forgiveness

Bonnie "Prince" Billy a fazer versões de Danzig ou R. Kelly num EP de covers? O absurdo, sim, é possível.

domingo, novembro 25, 2007

Sine qua non

Isso de estar de mal com a vida com esta consistência e coerência compulsivas (e, por que não, necessidade) não é para quem quer. É para quem pode. E por mais que custe, sempre é preciso ter uma boa dose de control para levar as coisas até ao fim.

terça-feira, novembro 20, 2007

Favores

Este que vos escreve consideraria como um favor pessoal e ficaria genuinamente grato a quem se dirigir a esta petição e assinar. O objectivo é tentar salvar o extraordinário Teatro Rosa Damasceno (pelo menos o que dele ainda resta). O local é sobejamente importante, um dos grandes símbolos culturais da Scallabis e, como se o dito atrás não bastasse, foi onde "aprendi" a ir ao cinema, especialmente através das gloriosas matinés de Domingo.

Agradecido.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Portugal é o paraíso...

A propósito da falta de médicos em Espanha verificaram que grande parte deles trabalha em Portugal.
Reportagem do El País sobre os porquês:
Uma médica do Amadora-Sintra responde: "Cobro lo mismo que en España o quizá un poco más, pero no hago noches"
Outra: "Mi pasión son las infectos, y ésta es una zona muy deprimida con mucha inmigración africana", cuenta. "Es como trabajar en África, pero con medios. Son gente estupenda, vinieron a buscarse la vida y no tienen nada. Aprendes mucho con ellos. La ironía es que les damos retrovirales que valen 2.000 euros y no tienen ni para comer".
Outro: "Me gustaría volver a España, pero veo muy difícil que allí encuentre lo que tengo aquí. Soy adjunto, tenemos el reconocimiento que allí nos niegan. Aquí ni siquiera han editado la Guía de reacción a agresiones".
Perguntados sobre as listas de espera:
"Hay posibilidad de hacer horas extra, y se cobran aparte y mejor que en España"
Perguntados sobre o porquê deste estado da saúde Portuguesa:
""¿Por qué faltan médicos aquí? Hay pocas universidades y el colegio de médicos está encantado", explica Campillo. "Son pocos y tienen mucho poder", añade Herrero. "Y tratan de mantener su élite apretando en el numerus clausus", dice Pazos.
Palavras para quê. Artigo completo:

terça-feira, novembro 13, 2007

Chuta cavalo

Quando a contenção assume este tipo de finesse a crueldade pode ser enorme. Em cada um dos 6 episódios realizados por Charles S. Dutton, é como se o espectador fosse em sprint contra uma parede. Cruel, cruel.

quarta-feira, novembro 07, 2007

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