Leonard Cohen é o supra sumo do “cool”, mas do “cool” intemporal, do “cool” sereno e genuíno. Durante quase 3 horas de concerto revisitou todos os lugares do passado, do sexo, do sofrimento, do desespero e da súplica. No “I’m your man” demonstrou que inegavelmente “he is the man”. Nunca tanto sentido me fez gritar de plenos pulmões “Hallelujah”, como naquela noite.
Leonard Cohen confirmou tudo o que se esperava dele, um verdadeiro “homem gentil” de chapéu posto, um bardo de voz profunda, um barítono poeta. Há dias assim, e ontem foi um deles, onde a predisposição comum levou a uma comunhão perfeita, homilia atrás de homilia, sermão seguido de sermão, a redenção estava por chegar.
“Good night my darlings, I hope you are satisfied, we are kind of narrow but there is a man here that stands in open arms, still working, to make you smile.” Com estas palavras se despediu, ensaiado ou não, fazia todo o sentido.
Leonard Cohen devia vir todas as semanas, devia ser o meu Pastor.
Foi o que se passou lá para os lados de Algés. Deve ser isto que um verdadeiro religioso praticante sente quando vai à missa, fui lavar a alma e voltei absolvido de todos os pecados.