segunda-feira, novembro 10, 2008

Raios me partam se não sou do rock

Raios me partam se não sou do rock. A coisa foi boa, muito boa. Um acontecimento talvez. Sem surpresas, diga-se desde já. Produções do Filho Único... já se sabe que elogiar torna-se fatigante.

O sarau começou com uns tais de Sic Alps, um duo muito dado à demência e com uma fé inabalável nos efeitos comportamentais do ruído. Gente para quem o recurso à cartilha do feedback e sucedâneos é encarado de uma forma muito, muito, muito séria... comunista mesmo.

Já todos os recantos da Caixa Económica Operária contavam com uma distinta mini-massa de aficionados/as quando os Wooden Shjips tomaram conta da estrutura a que muitos gostam de chamar palco. Brilhantes alunos do rock dos boches, a banda de San Fran foi o joker da noite. Dos Crazy Horse aos Yo La Tengo, muitos fantasmas foram convocados durante um set que - e maior elogio não consigo - teve o dom de criar uma barreira sónica que ia obrigando as pessoas a recuarem das imediações da banda. Há que respeitar isso.

Por fim, e depois uma feliz e generosa sequência de imperiais Tagus a €1 (não há nada mais punk do que cerveja a este preço), Ben Chasny, ou melhor, o músico que se esconde por detrás de uma bipolaridade musical que se exterioriza sob o nome de Six Organs of Admittance, tomou conta da choldra acompanhado de um baterista (?????) e da saudosa e intimidante Elisa Ambrogio, sacerdotiza que manda e desmanda no duo-maravilha Magik Markers - que tive a iluminação de ouvir no Museu do Chiado (Filho Único... outra vez).

A peregrinação que se verificou na Graça era por causa de Chasny e o freak não desiludiu. E como o poderia fazer, a tocar daquela maneira? Tudo aquilo é liberdade. Curioso ao ponto de fazer lembrar as permissas mais clássicas do jazz. Tudo muito contra-poder, mas sempre com um exibicionismo de talento de fazer inveja aos mais castos.

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