Para os mais rigorosos o filme até pode passar como um gigante exercício de pretenciosismo mas, com não muita boa vontade, qualquer um reconhece que a maior qualidade do filme acaba por ser o seu carácter altruísta. Ao fugir à figura abstracta de um qualquer Bob Dylan, o filme de Todd Haynes escapa aos caminhos típicos dos enjoativos biopics costumeiros cheios de personagens principais completamente cheias de nada (e plenas de mimetismos dispensáveis), para entrar na categoria de filme experimental em que inteligentemente o legado do visado se sobrepõe à figura do autor.
É sempre de assinalar quando isso acontece, muito mais quando serve para fugir à figura absolutamente esmagadora de Robert Allen Zimmerman. Justo será dizer que quem não conheça minimamente a monumental obra do rapaz pode ficar a ver uns quantos navios. Mas isso são pormenores a que o realizador não pode, nem tem de tomar em conta. A incompetência é do público. O que realmente interessa são os discos. Repito: os discos.
1 comentário:
E que discos !
Mas, se me é permitido, deve-se sempre falar do toque de Midas de Marty Scorcese no "No Direction Home".
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