terça-feira, junho 30, 2009

Da imperfeição iluminada de um país

Os portugueses adoram a teimosia. Fazem o culto da teimosia. Teimam em ser teimosos. Mesmo que não o sejam, são teimosos ao ponto de se classificarem como tal. Não há nada mais certo e previsível: pergunte-se a anónimos ou personalidades públicas, ícones do auto-intitulado jet-set ou a aspirantes a putas mediáticas: "Qual o seu maior defeito?". A resposta é automática e vaidosa: "Sou muito teimoso/a". É de chapa. Deve tratar-se de um defeito com uma nobreza especial. Um defeito snob. Pelo menos essas pessoas assim devem pensar. Afinal de contas, à pergunta "Qual o seu principal defeito?" não deverá soar muito bem responder "Ah... essa é fácil: sou um pederasta inveterado". Não. Mesmo dentro dos defeitos, há uns melhores que outros, e a teimosia deve ser do melhor que anda aí. Pelo menos assim pensa todo um país, o tal dos brandos costumes. Neste país, humildade é uma conceito menor quando o desafio em cima da mesa é o exercício de admitir qual o seu maior defeito. E eles teimam nisso.

quarta-feira, junho 17, 2009

Polígrafo

A versão portuguesa da revista Time Out faz na sua edição desta semana uma chamada de capa a destacar o 10º aniversário "do melhor restaurante português", o Bica do Sapato.

É mentira.

Os Outros


Danny Trejo

Tira-se com uma mão, dá-se com a outra

O aspirante a jornalista que há em mim ainda está de luto com a saída de cena de Vital Moreira, mas vai ganhando ânimo com a confirmação de Jorge Jesus no Benfica. Não é difícil prever uma fase profundamente cristã (e lúdica) nas manchetes desportivas portuguesas dos próximos meses.

segunda-feira, junho 08, 2009

Reserva moral #2


"Red Headed Stranger" de Willie Nelson

Reserva moral #1


"Sparkle" de Aretha Franklin

A SIC também foi uma das perdedoras

Apesar de tudo, o melhor momento de ontem foi mesmo a reacção e comentário de António Barreto à sondagem que a SIC preparou relativamente às próximas legislativas e que anunciou com a mesma ansiedade com que um adolescente perde a virgindade.

O sociólogo - uma das vozes mais responsáveis e sensatas de um país composto por bipolares -, foi demolidor: tendo em conta o facto de a sondagem ter sido efectuada antes do acto eleitoral de ontem, estávamos perante um objecto de estudo absolutamente inócuo e sem qualquer utilidade. Os resultados de ontem mudavam tudo e, como tal, os valores da consulta passavam a valer o mesmo que nada

Clara de Sousa ainda tentou disfarçar o assassinato (mais que justo) do main event que a SIC tinha preparado para a noite de ontem. Nao conseguiu.

Reciclagem: o ecologismo na oratória

Os discursos do PCP (desculpem, da CDU) são sempre, invariavelmente, um dos melhores momentos das noites eleitorais desde o 25 de Abril. Como é óbvio foi mais um serão de vitória e triunfo lá para os lados da Soeiro Pereira Gomes - o facto de passarem para quarta força política nacional, atrás do Bloco de Esquerda, é apenas um pormenor -, mas o que mais me conforta é a ecologia e a economia dos meios usados.

Tenho poucas dúvidas de que Jerónimo de Sousa (esse sex symbol da classe operária apaixonada por danças de salão) utilizou o mesmo discurso que já usou em anteriores actos eleitorais. Foi só mudar os números nos espaços em brancos. Espectáculo!

quarta-feira, junho 03, 2009

Adepto/eleitor

A Ilda Figueiredo, para mim, tem o seu quê de Liedson. É com a maior das penas que a vejo a jogar na equipa em que joga. Um verdadeiro pecado.

terça-feira, junho 02, 2009

O lusófono que há em mim anda egoísta ou o egoísta que há em mim anda lusófono

Depois de garantir presença no concerto do portuense Manel Cruz no cinema São Jorge - Foge Foge Bandido! -, já na próxima terça-feira, ando investido em leituras históricas como O Pequeno Livro do Grande Terramoto (Tinta da China), do português Rui Tavares, e O Fazedor de Utopias - Uma Biografia de Amílcar Cabral (Tinta da China), do angolano António Tomás.

Para o Verão já foi criteriosamente decidida uma dedicada incursão pela Obra Completa do alfacinha Nuno Bragança (Dom Quixote) - muito provavelmente a começar pelo A Noite e o Riso -, não sem antes fazer finca pé em estar na plateia do encontro que o carioca Marcelo Camelo vai promover na Herdade da Casa Branca.

Seguidores

Arquivo do blogue