quarta-feira, janeiro 30, 2013

Pater familias #103

No outro dia, daqueles em que me converto, temporariamente, em pai solteiro, ia perdendo a compostura. Passo a explicar. Pela manhã, depois de vestir e arranjar a princesa, enquanto a penteava e lhe aplicava (cheio de mestria) um gancho no cabelo, a criatura vira-se para mim e, do nada, diz: "O pai é querido..." e dá-me o melhor, mais genuíno e espontâneo dos beijos.

Por momentos quase comecei a chorar. Mas não podia. Corria o risco de a assustar. Naquelas idades o conceito de lágrimas de felicidade é um completo absurdo.

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