As cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variáveis, que, através da cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais daqueles. [acooperativa@hotmail.com]
sexta-feira, outubro 21, 2005
O meu voto já tem dono*
Agora que a candidatura presidencial de Cavaco Silva é oficial, já posso fazer a minha declaração de voto para as eleições que se seguem. Bem sei que é muito cedo (ainda nem sequer há data oficial para o acto eleitoral), mas bem vistas as opções, a minha decisão foi muito fácil de tomar.
Devo dizer, que votarei em Cavaco Silva por duas razões. A primeira prende-se com o facto de eu ser um confesso admirador do professor de economia. Acredito que os seus anos de governo foram os melhores que este país teve desde há muitos e muitos anos, e, nos tempos que correm, estou convencido que tem o perfil ideal para Belém. É um homem sério, honesto, seguro, com prestígio internacional, rigoroso, exigente e conhece como poucos os meandros do poder político em Portugal. Respeitinho é muito bonito e Cavaco sabe como consegui-lo. A juntar a isto, conforta-me saber que ele é o único candidato presidencial que se apresenta para ganhar umas eleições e não para derrotar alguém ou alguma coisa (neste quesito os candidatos de esquerda têm-se apresentado com uma postura assaz esquizofrénica em relação ao papão da direita).
A segunda ordem de razões está relacionada com o basilar princípio da exclusão de partes. Tendo em conta os outros candidatos, mesmo que eu não estivesse tão convicto do meu sentido de voto, seria bem provável que o meu voto lhe tocasse. Nunca na minha vida o meu voto iria para a candidatura apoiada pelos comunistas. Muito menos reservaria o meu direito de escolha em prol do candidato populista. Em relação à candidatura romântica, reconheço a minha simpatia por ela, mas políticos não se querem românticos, mas sim competentes e talhados para determinado cargo. Quanto à candidatura do mofo, além de se apresentar de uma forma pedante e irritantemente paternal, dá a ideia que goza com as pessoas (o que é loucura hoje, pode não o ser amanhã).
Tenho dito.
*Como se depreende do título, apenas explico a minha posição pessoal nestas eleições presidenciais e não do resto das pessoas que integram a Cooperativa. Este post apenas declara o meu sentido de voto e não do blog e dos seus elementos.
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4 comentários:
Amigo,
Quando vi o início do teu post, ainda pensei que ias anunciar o teu voto em branco...
Faço apenas um reparo ao teu discurso:
O facto de o Algarvio ter (alegadamente) sido um bom PM não faz dele necessariamente um bom PR.
Por ex. o Mário Soares foi (reconhecidamente) um mau PM e (tb reconhecidamente) um bom PR.
Ninguém questiona a seriedade e honestidade do Algarvio, mas para se ser PR é preciso algo mais, nomeadamente, presença, cultura, educação e civilidade e, já agora, saber falar bem uma ou duas línguas para além do português, o que não se passa com o Algarvio.
O PR tem de ser alguém em quem os portugueses, de uma forma ou de outra, se revejam e de quem se orgulhem porque nos representa. Não está lá para governar, o que, parece-me, ser a grande confusão no espírito da maioria dos apoiantes de Cavaco.
um abraço
Torgal, boa declaração de voto, subscrevo a 99%.
Raspa, três questões rápidas:
(i) quantas línguas fala o Jerónimo?
(ii) o Alegre aprendeu árabe com o Ben Bella?
(iii) o Soares aprendeu italiano com o Craxi?
Pois eu não subscrevo praticamente nada.
Serei, certamente, um opositor do economista.
Apoio esta leitura e por mim o blog pode adoptar esta postura.
Quanto ao comentário do Rasputine, embora respeite a sua opinião, tenho de o corrigir quanto à ideia de Mário Soares ter sido reconhecidamente um mau primeiro ministro. Foi PM numa altura muito complicada e teve de tomar medidas impopulares que lhe foram impostas pelo FMI mas isso não faz dele um mau PM, muito pelo contrário devia ser usado como exemplo para o primeiro ministro actual que tarda em adoptar medidas realmente duras.
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