terça-feira, abril 05, 2005

Merda!!

O quotidiano é assim mesmo. É quotidiano. É diário. Estabelece-se no dia-a-dia. Quero falar do quotidiano. Do meu quotidiano. Quero falar daqueles pequenos momentos do meu dia, muitas vezes apenas fracções de segundo ou ínfimos detalhes, que me tiram do sério. Situações que por mais ridiculamente insignificantes que sejam, me deixam à beira de uma ataque de nervos. Óbvio que estou a falar de verdadeiras frivolidades que não têm, ou pelo menos não deveriam ter, qualquer importância no desenrolar da minha jornada diária. Mas o certo é que, mormente no momento em que acontecem, esses pequenos pormenores (bela redundância!) deixam-me completamente descompensado a nível nervoso. Temporariamente insano. Até parece que se me turva a visão. Por instantes o bom senso vai pelo ar. São episódios que certamente passados 5/10 minutos já nem me lembro que se sucederam. Mas que eles acontecem… acontecem. Fazem parte do quotidiano. Do meu quotidiano.

Feita a explicação, passo a inventariar uma lista de coisas que não têm importância absolutamente nenhuma na minha rotina diária, mas que de facto me irritam até dizer mais não:

· Estar parado no trânsito na faixa consideravelmente mais lenta;
· Estar parado no trânsito, mudar de faixa e verificar que a nova faixa está mais lenta do que aquela de onde eu vinha;
· Rebentar, sem querer, a gema do meu ovo estrelado antes do tempo (para mim deve ser sempre a última coisa a comer);
· Chegar ao quiosque dos jornais para comprar o Record e só haver o Jogo;
· Pedir na pastelaria uma sandwich ou um croissaint com queijo para embrulhar e, mais tarde quando for comer, reparar que não fizeram um corte ao meio;
· Andar calçado na praia e sentir a areia que começa a entrar dentro dos ténis;
· Estar a ver um jogo de futebol menos entusiasmante e sem golos, fazer um zapping e perder o golaço que entretanto marcaram;
· Dirigir-me a um/a empregado/a de mesa com o clássico “olhe se faz favor… queria…”, e ele/a responder-me com a piadinha “queria?!... mas já não quer?”;
· Abrir um cd novinho em folha e reparar que as patilhas do fixador no meio da caixa estão partidas;
· Enviar um mail e depois perceber que me esqueci de fazer o attachment;
· Estar a ouvir na rádio uma música que adoro e de repente cortarem-na para entrar publicidade ou as notícias;
· O léxico usado pelos polícias em Portugal;
· O Richard Gere e o Russel Crowe;
· Escolher uma bomba de combustível que parece não funcionar por estar em módulo de pré-pagamento;
· Ouvir o Miguel Sousa Tavares a falar de futebol;
· Os franceses;
· Os taxistas de todo o planeta Terra;
· Os discursos das vitórias consecutivas do P.C.P. em todas as noites de eleições desde o pós-25 de Abril;
· Os filmes do Ron Howard;
· Entrar numa rua com 3761 lugares vagos para o carro e ter um junkie petulante a indicar-me um em particular (e no fim ainda me pede uns trocos);
· Contas de dividir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Irrita-me as pessoas irritadas.

Seguidores

Arquivo do blogue