O quotidiano é assim mesmo. É quotidiano. É diário. Estabelece-se no dia-a-dia. Quero falar do quotidiano. Do meu quotidiano. Quero falar daqueles pequenos momentos do meu dia, muitas vezes apenas fracções de segundo ou ínfimos detalhes, que me tiram do sério. Situações que por mais ridiculamente insignificantes que sejam, me deixam à beira de uma ataque de nervos. Óbvio que estou a falar de verdadeiras frivolidades que não têm, ou pelo menos não deveriam ter, qualquer importância no desenrolar da minha jornada diária. Mas o certo é que, mormente no momento em que acontecem, esses pequenos pormenores (bela redundância!) deixam-me completamente descompensado a nível nervoso. Temporariamente insano. Até parece que se me turva a visão. Por instantes o bom senso vai pelo ar. São episódios que certamente passados 5/10 minutos já nem me lembro que se sucederam. Mas que eles acontecem… acontecem. Fazem parte do quotidiano. Do meu quotidiano.
Feita a explicação, passo a inventariar uma lista de coisas que não têm importância absolutamente nenhuma na minha rotina diária, mas que de facto me irritam até dizer mais não:
· Estar parado no trânsito na faixa consideravelmente mais lenta;
· Estar parado no trânsito, mudar de faixa e verificar que a nova faixa está mais lenta do que aquela de onde eu vinha;
· Rebentar, sem querer, a gema do meu ovo estrelado antes do tempo (para mim deve ser sempre a última coisa a comer);
· Chegar ao quiosque dos jornais para comprar o Record e só haver o Jogo;
· Pedir na pastelaria uma sandwich ou um croissaint com queijo para embrulhar e, mais tarde quando for comer, reparar que não fizeram um corte ao meio;
· Andar calçado na praia e sentir a areia que começa a entrar dentro dos ténis;
· Estar a ver um jogo de futebol menos entusiasmante e sem golos, fazer um zapping e perder o golaço que entretanto marcaram;
· Dirigir-me a um/a empregado/a de mesa com o clássico “olhe se faz favor… queria…”, e ele/a responder-me com a piadinha “queria?!... mas já não quer?”;
· Abrir um cd novinho em folha e reparar que as patilhas do fixador no meio da caixa estão partidas;
· Enviar um mail e depois perceber que me esqueci de fazer o attachment;
· Estar a ouvir na rádio uma música que adoro e de repente cortarem-na para entrar publicidade ou as notícias;
· O léxico usado pelos polícias em Portugal;
· O Richard Gere e o Russel Crowe;
· Escolher uma bomba de combustível que parece não funcionar por estar em módulo de pré-pagamento;
· Ouvir o Miguel Sousa Tavares a falar de futebol;
· Os franceses;
· Os taxistas de todo o planeta Terra;
· Os discursos das vitórias consecutivas do P.C.P. em todas as noites de eleições desde o pós-25 de Abril;
· Os filmes do Ron Howard;
· Entrar numa rua com 3761 lugares vagos para o carro e ter um junkie petulante a indicar-me um em particular (e no fim ainda me pede uns trocos);
· Contas de dividir.
As cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variáveis, que, através da cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais daqueles. [acooperativa@hotmail.com]
terça-feira, abril 05, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Seguidores
Arquivo do blogue
-
▼
2005
(435)
-
▼
abril
(77)
- Euro
- E porque não alguma polémica...
- Estão a tocar no leitor
- Antony and the Johnsons
- Retalhos da vida
- And Justice for all
- Spike Lee Joint
- Sintomas
- Spike Lee Joint
- Retalhos
- 15 minutos de fama
- IndieLisboa 2005
- Política da terra
- Descolagens pertinentes
- O Bulldozer
- Bravo, Bravíssimo
- Vantagem nula
- * * * * *
- Romeiro, quem és tu?
- Eleições populares*
- O meu 25
- Post 25 de Abril
- IndieLisboa 2005
- Ali para os lados da antiga FIL
- O Melga
- Alergias
- Dicionário
- Ruído
- Uma bica e duas aspirinas se faz favor
- O melhor fumador da história dos fumadores
- Orientem-se
- Natural Born Winner
- Bargains
- Obrigado
- Difamação
- O papão
- NY pré-Giuliani
- Ao ver este cabelo lembro-me de mim à um ano. Orig...
- Maratona II
- Maratona
- Reservas
- Museus II
- Museus
- Vil Metal
- Para o Domingos
- Limite de mandatos
- Acabou-se a mama
- Um outro Papa... em Lisboa e Porto
- Cambalhotas no final
- Opinião Vs. Openião
- Felicidade
- A médica
- Maleitas do Sec. XXI
- Quanto mais me bates, mais gosto de ti (parte II)
- Quanto mais me bates, mais gosto de ti (parte I)
- Girl Power
- Opinião suspeitíssima
- Dêem lá um brinquedo ao míudo
- Compras a vulso
- O dom
- Vamos ao teatro
- O Cavalo de Troia
- Poliglota
- Retalhos
- Dá-me o seu autógrafo? II
- Desabafo apolítico
- Recomendo. Vivamente.
- Citação
- "When the going gets weird, the weird go pro"
- Vergonha Alheia
- Há 10 anos...
- Merda!!
- Dividir a sociedade
- Por quem os sinos dobram
- Já que falam nisso...
- Keane
- Stargate ou reforma antecipada
-
▼
abril
(77)
1 comentário:
Irrita-me as pessoas irritadas.
Enviar um comentário