segunda-feira, março 28, 2005

Carlos Alberto Moniz versão surf

Não gosto de unanimidades. Não gosto, nunca gostei e sempre fui peremptoriamente contra aquela corrente que acredita piamente que elas são úteis. Não são e opõem-se a tudo o que é valores da democracia. Discutir é bom e saudável. Eu pelo menos faço por ir contra elas (as unanimidades claro). Sinto-me confortável a criticar, a deitar abaixo, de ser do contra e recomendo vivamente qualquer pessoa a experimentá-lo.

Tudo isto vem a propósito do Jack Johnson. Resolvi aproveitar todas as potencialidades, justas ou não, de um blog (afinal pudemos escrever tudo o que se quisermos, sem dar satisfações a quem quer que seja) e decidi desancá-lo. Desta vez toca ao surfeco. Azar! Para a próxima com certeza a fava calha a outro/a. De momento a vítima está escolhida, e há que encarar a sessão como um homenzinho.

Começo por dizer que nunca fui um fã do elemento (antes pelo contrário), mas também nunca me choquei com nada que ele tenha feito musicalmente. O rapaz até tem uma voz decente, um aspecto apresentável e move-se num meio que muito respeito… afinal sou amante de tudo o que é desporto (andebol talvez não, mas adiante). No entanto a coisa fica-se por aqui. A partir de agora, pega-se na serra eléctrica e começa a sessão do serrote.

Há que dizer que a música do Jack Johnson é de um aborrecimento sem precedentes. Toda aquele ambiente de estar à volta da fogueirinha com a guitarra, a cantar sobre o amor, a paz, a natureza, as ondas, as tristezas da vida, o sol ou sobre o que raio seja, causa em mim um sensação de perda de tempo constrangedora. Não que tenha alguma coisa contra guitarras acústicas, folk ou o que for que o rapaz pensa que faz nos seus discos. Robert Zimmerman revolucionou o mundo com a sua guitarra fajuta e eu adoro a música do senhor. Mas é neste ponto que reside a minha irritação em relação ao surfeco. É uma música acomodada, preguiçosa, de bem com a vida, indo contra tudo o que acredito que música deve representar, tanto em relação a quem a faz, como em relação a quem a ouve. Por isso comecei este texto a falar das unanimidades. A música do Jack é fácil, é consensual, é unânime e por isso reservo-me ao direito de não gostar dela.

Sempre fui daqueles que gostam das personagens musicais não alinhadas. Gosto dos vilões e quanto mais feios, porcos e maus melhor. Seja na pop, no rock, no metal, no rap/hip-hop, no que for. Gosto de linguagens arriscadas e exploratórias. Ora tudo isto é exactamente o contrário do que o Jack faz. A música dele não podia estar mais longe destas considerações. O rapaz tem um som que foge do risco como o diabo foge da cruz, ele próprio apresenta-se numa complacência gritante e a sua música é tão conciliadora que chega a ser penoso o exercício de a ouvir. Em última análise colide com tudo o que a música devia ser: um verdadeiro «walk on the wildside», seja no formato A, seja no formato B. Convenhamos, o rapaz é tão chato, tão chato, tão chato que se fosse um automóvel seria um Renault Clio.

Só para concluir, acho que só me fica bem esclarecer que com certeza absoluta haverá muitas mais coisas na música actual bem piores (e como!) do que o que o surfeco faz. Dou esse dado de borla. Mas o problema é que a grande parte das misérias musicais que por aí andam não são unanimidades. O Jack é uma. E eu, como já se constatou, não gosto de unanimidades.

Para os fãs do fulano, as minhas desculpas.

Não! Retiro o pedido de desculpas. Metam gelo e vão ouvir música como deve ser. E agora, se me dão licença, vou pôr o “Antichrist Superstar” dos Marilyn Manson. Esses sim!!! Feios, porcos e maus como se querem!

5 comentários:

Anónimo disse...

Não tinhas mais nada para fazer de certeza!! Blá, blá, blá...
ai, ai... já acabou. é que entretanto adormeci...

Anónimo disse...

O Rapaz é tão chato que se fosse um carro era um Renault Clio, é, sem dúvida, das melhores frases dos últimos tempos.

Anónimo disse...

Sinceramente, não sei bem por onde começar... não que me sinta perdido ou desonrientado, mas depois de ler tanta parvoiçe...

Tanta musica por esse mundo fora, que por sorte, ou azar, calhou o Jack Johnson. Será por ser mesmo a musica que mais odeias, ou por ser a que muitos amigos teu ouvem?!?! E como tens que ser diferente...

Será que por o Jack ser um gajo normal, e que até começou por tocar apenas por hobbie, e por fazer Surf nao presta?!?!?

Apelo á seriedade: Sejamos SÉRIOS!

Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que na minha filosofia de vida a musica é um refugio, uma companhia e uma forma de estar. Eu nao censuro nem julgo as pessoas por ouvirem isto ou aquilo!

Em segundo lugar,nem tu nem ninguém tem o direito de criticar o que o mais comum dos mortais ouve! Ja dizia o mestre Salgueiro (exactamente! aquele que comeu um javali inteiro...) que gostos não se discutem...educam-se!

E este educar, nao se refere apenas á nossa formaçao mas também ao ambiente em que somos inseridos, ao bairro onde vivemos( menos campo de Ourique..)ás pessoas que nos rodeiam, os desportos que praticamos, etc.

Eu até aceito que tu não gostes do Jack, e mais do que isso, respeito, mas nao posso respeitar o facto de teres tirado um MBA em «Dizer mal do Jack e das pessoas que ouvem a sua musica..»

Outra coisa ridícula no teu texto é o facto de tu nao gostares de surf e associares o tipo de musica ao desporto!

O jack até podia ser um gajo sem interesse e que só dissesse merda... mas não é o caso! Está no seu canto a fazer o que gosta: Surf e Musica! Se calhar era o que gostavas de fazer, em vez de estares à frente de um computador a escrever textos apaneleirados e com um toque esquerdista!

Realmente, esse pseudo-alternativismo é que é ridiculo! Ou nao..

Ser alternativo nao tem mal nenhum, e volto a sublinhar que eu respeito qq tipo de escolha, mas ser do contra não é digno de um alternativo, escolher o que a minorias escolhem nao é digno do «não comercial», utilizar " aka" naõ te torna o Mestre de cerimonias com que sempre sonhaste...

Eu nao sou alternativo, mas gosto de varias alternativas...se alternasses umas vezes para variar, irias encontar alternativas positivas para não variar! Got damuv bro?


Vou continuar a acompanhar o teu blog, não pelo interesse, mas para ver se aprendes a respeitar os outros, e principalmente para ver se és como o crédito bonificado do BPI, que cresce... e apareçe!

Sugestão de borla: Abre uma casa de alterne... mas com putas que nao fodam, se nao fica igual ás outras!

Diogo aka o Torgal disse...

A raça e a genica do texto é muita e louvável, mas não compensa as enormidades que sairam desse teclado. Acredito que a tentação de escrever alguma coisa engraçada é grande (eu próprio caiu nela constantemente), mas o descontrolo emocional não justica tanta parvoíce junta.

Percebo que como fã do surfeco não tenhas concordado com o que escrevi (nada mais natural e saudável), mas não percebo algumas tiradas que, afinal de contas, não passam de alarvidades articuladas por alguém que descobriu as potencialidades do contraditório de uma maneira, talvez, sôfrega demais.

Com certeza para a próxima correrá melhor. Relaxa, respira e põe o último do Jack a tocar.

Apenas duas notas:

1)«utilizar "aka" naõ te torna o Mestre de cerimonias com que sempre sonhaste...» - com certeza foi um lapso, mas aka significa "also known as"... devias estar a pensar em MC... adiante;

2)«...Got damuv bro?» - não percebo?!?;

Como nota de consolo: definitivamente não és um Renault Clio. Chato é coisa que não te posso chamar.

Sugestão de borla: quando escreveres (principalmente no tom em que te expressas-te), só te fica bem assinar.

Em jeito de despedida, expresso um forte desejo que continues a ler e a participar neste blog. Claramente a margem de progressão é grande.

Abração

Diogo aka o Torgal

Anónimo disse...

Como vc c chama por um acaso vc e um genio da musica ou mesmo um renomado compositor? acho q não né! então o q te leva a pensar q pode blasfemar tao veementemente contra um estilo de musica, voce e apenas um mortal e quando morreres apenas sua familia c lembrara de vc, ja o Jack Jonhson sera lembrado por suas letras e seu jeito simples de ser!!!

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