terça-feira, setembro 06, 2005

O Reestruturador

Com o debate de ontem na SIC Notícias entre Manuel Maria Carrilho (MMC) e Sá Fernandes, candidatos à C. M. de Lisboa, o significado da palavra patético ganha um significado muito mais claro e evidente. Com efeito, a prestação de MMC foi verdadeiramente patética. Talvez assustadora seja mais elucidativo do que se passou, mas de qualquer das maneiras, quem me fez rir como ele fez, não é assustador. Quanto muito seria cómico, mas estando a falar numa performance num debate político o adjectivo correcto acaba por ser patético.

O festim foi completo. Desde a falta de preparação dos temas (já nem falo da inexistência de programa eleitoral a pouco mais de um mês do acto eleitoral), ao discurso confrangedoramente vago, de tudo o pai do miúdo com nome de rei presenteou os espectadores. Até o moderador do debate parecia incomodado com a prestação do candidato chuchalista.

Em resposta a perguntas sobre que medidas concretas tem para a resolução de vários problemas da cidade (também eles concretos), MMC respondia invariavelmente com respostas vazias de conteúdo, mas sempre com o verbo reestruturar envolvido. O homem diz que vai reestruturar isto, reestruturar aquilo.... mas actos concretos, medidas reais... nada! Diz que vai fazer aquilo, que vai acabar com, que vai promover isto, mas caminhos para tal nada! Em suma, um discurso político conservado em verdadeiro vácuo.

Admirado fico eu é de ainda me admirar com este tipo de conversa, mas não se percebe como é que uma pessoa deste (baixo) quilate consegue ser um cabeça de lista de um dos maiores partidos portugueses para a maior câmara do país. Com elementos desta categoria só se confirma a única reestruturação que devia ser feita neste país. Uma reestruturação do sistema político, do sistema partidário... enfim, uma reestruturação da cabra da República.

p.s.: A prestação de Sá Fernandes foi positiva e sobejamente digna. Provocou o KO do seu adversário logo nos primeiros 15 minutos de debate, mostrou que conhece a cidade e seus problemas e provou ser aquele tipo de independentes que podem trazer algo de positivo a um panorama político português dominado por uma ignóbil ditadura de partidos (tenho muita pena em não puder dar-lhe o meu voto... muita).

1 comentário:

AA disse...

perigoso...

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