As cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variáveis, que, através da cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais daqueles. [acooperativa@hotmail.com]
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Restos de Natal
É pena. O último do Mos Def ("The New Danger") é tão fraquinho que parece uma colectânea de músicas rejeitadas na hora de fazer o alinhamento do iluminado "Black On Both Sides".
Sacks 5th Av. em Casablanca
Devo começar por dizer imediatamente que gostei abbastanza do filme. Num ano relativamente pálido em termos cinematográficos até nem é elogio pequeno. Gostei do “Shopgirl”. Gostei.
Dos actores não há nada a dizer. Pelo menos de negativo. Primeiro a menina Claire Danes, que nunca apreciei especialmente, apresenta-se com uma melancolia desarmadamente sexy. No filme, mais irresistível que ela só mesmo a música. Do outro lado da barricada dois actores - e esses sim, eu gosto e muito - com interpretações de alto gabarito. Steve Martin num fantástico exercício de contenção (não habitual num cómico brilhante que não raras vezes entra no campo do burlesco) e o fabuloso Jason Schwartzman que por este andar está a caminho de ser um dos meus personal favorites. Não ultrapassa o nível do seu maravilhoso Max Fischer em “Rushmore”, mas mesmo assim volta a confirmar que é um dos grandes balões de oxigénio no que toca a novas gerações de actores norte-americanos (ou não fosse o moleque Coppola de linhagem).
Quanto ao filme propriamente dito (com argumento de Steve Martin a adaptar uma romance de sua autoria) esperava outra coisa e ainda bem que assim foi. Li mais que uma vez que o filme remetia para o inultrapassável "Lost in Translation". Estava de pé atrás. Como era possível?! Como era possível comparar um qualquer filme a outro tão único e singular como o de Sofia? Basicamente estava preparadíssimo para o mal dizer e só me faltava mesmo ver o filme para me sentir completamente legitimado para o desancar. Mas não. Antes pelo contrário. Não percebo as comparações entre os dois filmes e alguém ainda me há-de explicar o que é que os dois têm tanto em comum que justifique grandes paralelos. Não se percebe. Em última análise “Shopgirl” é um filme sobre o destino, sobre escolhas de fortuna... sobre escolhas de amor. O homem (em sentido amplo, não sexista) não foi feito para estar e ficar sozinho. E é partir desta premissa que o filme se desenrola. Nesta vida há escolhas a fazer e essas escolhas são difíceis. Para todos! Ou vais pela esquerda ou vais pela direita, mas pelo meio é que não é possível. Simples, mas assustador.
Por estas razões, e desde já perdoem-me os fundamentalistas do clássico de Curtiz (eu, um deles, absolvo-me desde já), o filme que mais me recordou o visionamento deste “Shopgirl” foi mesmo o sagrado “Casablanca”. Uma mulher, dois homens. Cada um deles representa duas opções angustiosamente diferentes, dois estilos de vida desiguais... enfim, duas escolhas. Das tais. Das difíceis. Das atrozes. É o que acontece nos dois filmes. Em ambos a mulher está numa encruzilhada. Por um lado uma paixão avassaladora, mas talvez impossível, ou melhor, talvez movediça. Do outro, a segurança e garantia da reciprocidade amorosa, o conforto de ser amada incondicionalmente.
Sinal dos tempos (ou nem tanto), comprovativo que em certos casos a tradição ainda é o que era ou mesmo o carácter imutável de certas aflições humanas, em ambos os filmes a mulher escolhe o mais seguro, o amparo, aquilo que não envolve tanto risco. Em ambos os casos, as cobardolas decidem-se por fugir do amor em estado puro e feroz. “Isso é coisa que só acontece no cinema” terão pensado Ilsa e Mirabelle.
Dos actores não há nada a dizer. Pelo menos de negativo. Primeiro a menina Claire Danes, que nunca apreciei especialmente, apresenta-se com uma melancolia desarmadamente sexy. No filme, mais irresistível que ela só mesmo a música. Do outro lado da barricada dois actores - e esses sim, eu gosto e muito - com interpretações de alto gabarito. Steve Martin num fantástico exercício de contenção (não habitual num cómico brilhante que não raras vezes entra no campo do burlesco) e o fabuloso Jason Schwartzman que por este andar está a caminho de ser um dos meus personal favorites. Não ultrapassa o nível do seu maravilhoso Max Fischer em “Rushmore”, mas mesmo assim volta a confirmar que é um dos grandes balões de oxigénio no que toca a novas gerações de actores norte-americanos (ou não fosse o moleque Coppola de linhagem).
Quanto ao filme propriamente dito (com argumento de Steve Martin a adaptar uma romance de sua autoria) esperava outra coisa e ainda bem que assim foi. Li mais que uma vez que o filme remetia para o inultrapassável "Lost in Translation". Estava de pé atrás. Como era possível?! Como era possível comparar um qualquer filme a outro tão único e singular como o de Sofia? Basicamente estava preparadíssimo para o mal dizer e só me faltava mesmo ver o filme para me sentir completamente legitimado para o desancar. Mas não. Antes pelo contrário. Não percebo as comparações entre os dois filmes e alguém ainda me há-de explicar o que é que os dois têm tanto em comum que justifique grandes paralelos. Não se percebe. Em última análise “Shopgirl” é um filme sobre o destino, sobre escolhas de fortuna... sobre escolhas de amor. O homem (em sentido amplo, não sexista) não foi feito para estar e ficar sozinho. E é partir desta premissa que o filme se desenrola. Nesta vida há escolhas a fazer e essas escolhas são difíceis. Para todos! Ou vais pela esquerda ou vais pela direita, mas pelo meio é que não é possível. Simples, mas assustador.
Por estas razões, e desde já perdoem-me os fundamentalistas do clássico de Curtiz (eu, um deles, absolvo-me desde já), o filme que mais me recordou o visionamento deste “Shopgirl” foi mesmo o sagrado “Casablanca”. Uma mulher, dois homens. Cada um deles representa duas opções angustiosamente diferentes, dois estilos de vida desiguais... enfim, duas escolhas. Das tais. Das difíceis. Das atrozes. É o que acontece nos dois filmes. Em ambos a mulher está numa encruzilhada. Por um lado uma paixão avassaladora, mas talvez impossível, ou melhor, talvez movediça. Do outro, a segurança e garantia da reciprocidade amorosa, o conforto de ser amada incondicionalmente.
Sinal dos tempos (ou nem tanto), comprovativo que em certos casos a tradição ainda é o que era ou mesmo o carácter imutável de certas aflições humanas, em ambos os filmes a mulher escolhe o mais seguro, o amparo, aquilo que não envolve tanto risco. Em ambos os casos, as cobardolas decidem-se por fugir do amor em estado puro e feroz. “Isso é coisa que só acontece no cinema” terão pensado Ilsa e Mirabelle.
sexta-feira, dezembro 23, 2005
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Questão de etiqueta
Estou a desesperar por uma explicação diferente da única que encontro para responder à minha dúvida: quem era a pessoa sistematicamente referida pelo candidato do mofo como "ele" no debate de ontem?
terça-feira, dezembro 20, 2005
O extremista
Era tão gay, tão gay, tão gay que dizia que a sua personagem favorita do Star Wars era o Luke Skywalker.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
quarta-feira, dezembro 14, 2005
terça-feira, dezembro 13, 2005
Os acrobatas
Depois de tudo o que se passou no século passado e com os poucos e vegetativos exemplos que ainda por aí existem à escala mundial, ser comunista é cada vez mais um acto de malabarismo. Só mesmo um verdadeiro artista pode ser vermelho nos dias que correm. Quanto à política, essa há muito que não tem nada a ver com o assunto.
Retirada?
Bom artigo sobre a guerra no Iraque.
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,22369-1922513,00.html
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,22369-1922513,00.html
Xmas
Existe uma nova polémica nos Estados Unidos, esta polémica, prende-se com o facto de, segundo a direita religiosa, George W. Bush estar a ceder aos interesses da esquerda liberal, quando fala do natal como época festiva e não querendo associar esta época a nenhum credo religioso.
Acho interessante que numa altura em que os E.U.A. estão numa guerra descabida e poucos meses depois da tragédia de New Orleans, seja este um tema que gasta tempo e energias a ser discutido na opinião pública.
Parece-me que mais uma vez a discussão do acessório se sobrepõe ao debate sobre o essencial. Mas isso se calhar até interessa a esta direita religiosa que se diz tão ofendida.
Acho interessante que numa altura em que os E.U.A. estão numa guerra descabida e poucos meses depois da tragédia de New Orleans, seja este um tema que gasta tempo e energias a ser discutido na opinião pública.
Parece-me que mais uma vez a discussão do acessório se sobrepõe ao debate sobre o essencial. Mas isso se calhar até interessa a esta direita religiosa que se diz tão ofendida.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
quarta-feira, dezembro 07, 2005
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Madrid está bem e recomenda-se (III)
Extraordinária a exposição Plagiarismo que conta com a participação de ilustres como Orson Welles, The Beatles, Cervantes, Britney Spears, Jay-Z ou Max von Sydow . Para aproveitar até 5 de Janeiro na supreendente La Casa Encendida, espaço cultural ideal para quem boceja só de pensar no Prado.
quarta-feira, novembro 30, 2005
Fora de jogo
Quando um juiz pede ao seu asa (juiz ajudante) para falar com outra juiz de outra vara, para que esta fale com o seu marido, de modo a que este fale com o Major Valentim Loureiro e arranje 2 bilhetes para o Benfica, creio que muito do que se passa em Portugal fica explicado.
terça-feira, novembro 29, 2005
Consolos
Depois do monte de pasta que conseguiram gastar, esta nomeação (categoria 6) não chega. O prémio tem de ficar em Casa.
Morreu Eddie Guerrero
Café duplo
Tenho de publicamente demonstrar o meu desagrado pelos cafés duplos. Não percebo as pessoas que preferem cafés duplos a duas belas bicas de seguida.
Um café duplo é um café que fica lá na máquina, até estar cheia a chávena de chá. Dois cafés são tirados individualmente, contendo cada um deles, todas as qualidades de uma boa bica.
Como diz o Barbosa, o Joaquim Bastinhas também não usa uma bandarilha dupla, usa duas bandarilhas.
Um café duplo é um café que fica lá na máquina, até estar cheia a chávena de chá. Dois cafés são tirados individualmente, contendo cada um deles, todas as qualidades de uma boa bica.
Como diz o Barbosa, o Joaquim Bastinhas também não usa uma bandarilha dupla, usa duas bandarilhas.
Proposta indecente
Não me parece. Uma coisa é ter boa vontade, outra coisa é ter espírito missionário.
De visita ao rio Nabão
Paz Vega
"El escritor, guionista y director de cine Ray Loriga comenzó ayer en Portugal el rodaje de su segunda película, «Teresa. Muerte y vida», sobre la vida de Santa Teresa de Ávila, que estará protagonizada por la actriz Paz Vega. El convento de Cristo de Tomar, sede de la Orden del Templo y de los Caballeros de Cristo en Portugal, es el escenario elegido por el cineasta madrileño para ambientar su segundo trabajo cinematográfico."
In: ABC
segunda-feira, novembro 28, 2005
Deontologia taliban
Na cimeira euromediterrânea foi aprovado um Código de Conduta Antí-terrorista.
Parece-me bem.
Ante um ataque terrorista há que consultar o Código. Não vão os terroristas interpor recurso da decisão.
Parece-me bem.
Ante um ataque terrorista há que consultar o Código. Não vão os terroristas interpor recurso da decisão.
Só para iluminados
O autor deste post será com certeza alguém manifestamente brilhante e, pasme-se, obviamente ciente disso mesmo. Houvesse mais cidadãos deste calibre neste país e a genialidade, para além de se afirmar como a verdadeira e exclusiva paixão nacional, seria muito naturalmente pressuposto legal para exercício do direito de voto.
domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
Chávez
A última moda em Madrid são os “chávezitos”, umas réplicas de Hugo Chavez para fazer de porta-chaves. Este homem, um demagogo da pior espécie, um provocador nato e um ditador em potência insiste em isolar a Venezuela do resto do espaço sul-americano, começou com os Estados Unidos, veio o México e virá por aí abaixo pela Colômbia, Brasil e afins até só sobrar Cuba. O perigo é latente, sobretudo pelo respaldo popular que tem. Se isto é óbvio para qualquer pessoa medianamente informada, Zapatero não parece concordar e resolveu “firmar” um contrato de venda de material militar espanhol no valor de 1.700 Milhões de Euros, o maior da história espanhola.
O que Chávez irá fazer com os 12 aviões e os 8 patrulheiros fica por ver.
O que Chávez irá fazer com os 12 aviões e os 8 patrulheiros fica por ver.
Política à moda da U.E.
Segundo o PP, Durão Barroso encontrou-se “secretamente” com Zapatero onde propôs o fim dos subsídios europeus em troca de parecer favorável da Comissão sobre a OPA da Gás Natural sobre a Endesa.
Barroso considera a acusação um “disparate”. Aguarda-se serenamente a decisão da Comissão durante as próximas semanas.
Barroso considera a acusação um “disparate”. Aguarda-se serenamente a decisão da Comissão durante as próximas semanas.
sexta-feira, novembro 25, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
Isto não acaba assim
Só vi que já tinham escrito depois de fazer o texto, portanto quem ler isto finja que está logo depois do post do Torgal.
Lamento informar, mas isto não vai acabar. Compreendo a posição do meu amigo Torgal, mas o Blog só vai acabar quando existir uma discussão de teor político-religioso e nos zangarmos a nível pessoal, no fundo como aconteceu noutros blogs, em que discussões de assuntos mais ou menos interessantes levaram a discussões que atingiram proporções épicas (se calhar foram só proporções pequenas). Como isso não aconteceu, iremos continuar a escrever cada um no seu ritmo (uns mais rápido, outros como quem trabalha na função pública).
Peço mais uma vez desculpas por não termos acabado, mas a vida é assim nem sempre temos tudo o que queremos.
P.S. – Agora vou esperar que o Torgal encha mais uma pagina para pôr o meu próximo post.
Lamento informar, mas isto não vai acabar. Compreendo a posição do meu amigo Torgal, mas o Blog só vai acabar quando existir uma discussão de teor político-religioso e nos zangarmos a nível pessoal, no fundo como aconteceu noutros blogs, em que discussões de assuntos mais ou menos interessantes levaram a discussões que atingiram proporções épicas (se calhar foram só proporções pequenas). Como isso não aconteceu, iremos continuar a escrever cada um no seu ritmo (uns mais rápido, outros como quem trabalha na função pública).
Peço mais uma vez desculpas por não termos acabado, mas a vida é assim nem sempre temos tudo o que queremos.
P.S. – Agora vou esperar que o Torgal encha mais uma pagina para pôr o meu próximo post.
quarta-feira, novembro 23, 2005
I-Pod
A versão “wake up” dos Arcade Fire com o David Bowie em exclusivo no i-tunes é dos melhores presentes que a Apple me deu.
Zapatero
Não faz ideia ao que veio e não faz ideia para onde vai. Conseguiu a formidável façanha de “rachar” ao meio o povo espanhol com o “estatut”.
Palabras rotas
Assim se diz palavrão em espanhol. E nunca tinha visto um povo que os dissesse tanto (talvez os brasileiros). Acresce que não é um fenómeno masculino, as mulheres dizem-nos e com uma convicção que vai muito para além do significado das palavras que expressam. A título de exemplo: uma mulher dizer “Es que este tío me toca los huevos” (equivalente a não posso com este gajo) é o pão nosso de cada dia e o significado em espanhol parece-me não merecer a pena dizer.
Contabilidade
Das coisas mais absurdas que existe é contabilidade. Terá com certeza de ser um dos exercícios mais ilógicos que a natureza humana teve o prazer de oferecer. A mera permissa de o Activo ser igual ao Passivo só na cabeça de um louco pervertido poderia fazer sentido.
Carta ao AKA,
Agora que ninguém nos lê podemos conversar à vontade.
Respondendo directamente a mensagem que me mandaste digo-te que não, não penso deixar de escrever na Cooperativa.
Sucede que escrever num blog é como trabalhar, estudar ou outra qualquer actividade que impõe alguma dose de sacrifício, implica disciplina. Mas como a falta desta (disciplina) não acarreta qualquer consequência, escrever num blog é a primeira actividade a sofrer as contingências da falta de tempo.
Por isso enquanto guardião desta casa gostava que continuasses, ainda que a solo, a escrever. Tanto mais que a tua escrita, cada vez mais depurada, já cativou fieis seguidores - entre os quais me incluo – que ficariam desapontados com a manutenção desta tua decisão.
Respondendo directamente a mensagem que me mandaste digo-te que não, não penso deixar de escrever na Cooperativa.
Sucede que escrever num blog é como trabalhar, estudar ou outra qualquer actividade que impõe alguma dose de sacrifício, implica disciplina. Mas como a falta desta (disciplina) não acarreta qualquer consequência, escrever num blog é a primeira actividade a sofrer as contingências da falta de tempo.
Por isso enquanto guardião desta casa gostava que continuasses, ainda que a solo, a escrever. Tanto mais que a tua escrita, cada vez mais depurada, já cativou fieis seguidores - entre os quais me incluo – que ficariam desapontados com a manutenção desta tua decisão.
sexta-feira, novembro 11, 2005
Até breve (?)
Com este post muito provavelmente a página inicial da Cooperativa fica só com posts meus. Foi este o limite que decidi impôr a mim mesmo para tomar a decisão de parar de escrever caso os meus alheados companheiros de blog continuassem o seu jejum cooperativo.
Quando começámos isto o conceito era claramente colectivo (daí o nome) e não individual. Por me sentir sozinho, mas sem dramas, suspendo a minha actividade cooperativa durante os próximos tempos. Continuarei ansiosamente à espera que alguém por aqui dê sinais de vida blogosférica.
Fui!
Quando começámos isto o conceito era claramente colectivo (daí o nome) e não individual. Por me sentir sozinho, mas sem dramas, suspendo a minha actividade cooperativa durante os próximos tempos. Continuarei ansiosamente à espera que alguém por aqui dê sinais de vida blogosférica.
Fui!
O resto é informação secundária
O último de Jim Jarmusch, "Broken Flowers", já está visto (privilégios de profissão). Haveria muito a escrever sobre o filme mas para mim só há mesmo uma conclusão a retirar do seu visionamento: Sharon Stone continua a ser a nº1... 47 anos e continua a nº1.
quinta-feira, novembro 10, 2005
A tradição já não é o que era
Acidentalmente tomei conhecimento que agora até se fazem estudos universitários sobre blogs. Aqui fica a maneira de colaborar com o Dinis, a Filipa e o Gonçalo (só até 24/11/2005) e espero que depois de concluído nos deixem conhecer as conclusões do estudo.
A tradição ainda é o que era
Eu ainda sou daqueles a quem familiares ou amigos mais próximos oferecem cheques-disco. Adoro. O último, cortesia da mana, deu direito a levar para casa o debut de Kano ("Home Sweet Home"), e o último de Devendra "só sei editar discos bons" Barnhart ("Cripple Crow").
p.s.: além de possuir um catálogo patético, os preços apresentados pela Valentim de Carvalho são obscenos... desta maneira, o melhor é mesmo fechar a barraca.
p.s.: além de possuir um catálogo patético, os preços apresentados pela Valentim de Carvalho são obscenos... desta maneira, o melhor é mesmo fechar a barraca.
quarta-feira, novembro 09, 2005
The missing link
Por esta via chegou ao meu conhecimento a criação de um blog que de facto já começava a fazer muita falta. Nos tempos que se aproximam, com certeza que vai ser um ponto de paragem obrigatória e diária. Resta endereçar os meus votos de maior sucesso para os intervenientes... e, naturalmente, para o candidato que apoiam.
terça-feira, novembro 08, 2005
Uma questão de perspectiva
Constança Cunha e Sá, na sua entrevista ao candidato poeta, aflorou a questão muito pertinentemente: o que não se estaria por aí a dizer e a escrever, se um candidato apoiado pelo CDS/PP apresenta-se uma candidatura presidencial com o uso claro, sistemático e inequívoco da palavra Pátria e terminasse a cerimónia com uma eloquente interpretação de "A Portuguesa"?
sexta-feira, novembro 04, 2005
quinta-feira, novembro 03, 2005
Nic Ta Mere
"La Haine" é ficção ou realidade? Poucas dúvidas há sobre isso. Para acompanhar o visionamento e reflexão sobre os últimos dias de distúrbios em Paris recomenda-se a audição de "Suprême NTM", o quarto álbum dos franceses NTM. Dentro da problemática, melhores cicerones que Kool Shen (ele próprio de origem portuguesa) e Joey Starr (a truculência em pessoa) é difícil. Além disso é rapaziada do bairro.
Tudo uma questão de ''Seine-Saint-Denis Style''.... POPOPOPOPOPOP!!!!!!!
Tudo uma questão de ''Seine-Saint-Denis Style''.... POPOPOPOPOPOP!!!!!!!
quarta-feira, novembro 02, 2005
Sem lugares marcados
"Aurora" de F.W. Murnau (1927)
O melhor que há a fazer é mesmo o seguinte: veja qual é a sessão que começa imediatamente a seguir à hora em que lê este post (passa às 14h30, 17h, 19h30 e 22h), dê mais uma vista de olhos por este blog e ponha-se imediatamente a caminho do Nimas (fica na 5 de Outubro).
A aula dura apenas 110 minutos e depois pode voltar tranquilamente ao que estava a fazer.
segunda-feira, outubro 31, 2005
O pavão*
Na minha opinião, o acto de criação de um blog é algo que encerra em sim mesmo alguma dose de vaidade. É inevitável. O próprio exercício de pensar que alguém irá perder tempo a ler o que nos escrevemos é, por si só, uma indulgência. Grave? Não, mas mesmo assim uma indulgência.
Serve este intróito apenas para avisar que desta vez vou-me prestar a um ataque de vaidade bem raro por estas bandas. Não por pejo, mas por manifesta falta de pretextos. Mas desta vez o pretexto existe e não passará despercebido.
De facto, alguém bastante mais atento e diligente que eu em relação ao que lê e vê (e por essa razão daqui segue um grande abraço de agradecimento a AA), reparou que a Cooperativa foi citada para efeitos de publicidade do magnífico “Alice”. Segundo a nossa seguríssima fonte, em pleno Público da última sexta-feira vem um anúncio de página inteira ao filme de Marco Martins, onde se pode reparar em várias citações elogiosas sobre a obra, todas elas de blogs lusos. Inexplicavelmente ou não, um dos blogs citados é mesmo a Cooperativa.
No caso de alguém não gostar do filme - numa democracia tudo... mas mesmo tudo é possível - não contem com reembolsos por estas bandas.
* Adverte-se que este post nada tem a ver com Mário Soares.
Serve este intróito apenas para avisar que desta vez vou-me prestar a um ataque de vaidade bem raro por estas bandas. Não por pejo, mas por manifesta falta de pretextos. Mas desta vez o pretexto existe e não passará despercebido.
De facto, alguém bastante mais atento e diligente que eu em relação ao que lê e vê (e por essa razão daqui segue um grande abraço de agradecimento a AA), reparou que a Cooperativa foi citada para efeitos de publicidade do magnífico “Alice”. Segundo a nossa seguríssima fonte, em pleno Público da última sexta-feira vem um anúncio de página inteira ao filme de Marco Martins, onde se pode reparar em várias citações elogiosas sobre a obra, todas elas de blogs lusos. Inexplicavelmente ou não, um dos blogs citados é mesmo a Cooperativa.
No caso de alguém não gostar do filme - numa democracia tudo... mas mesmo tudo é possível - não contem com reembolsos por estas bandas.
* Adverte-se que este post nada tem a ver com Mário Soares.
quinta-feira, outubro 27, 2005
A Ala dos Namorados
Ao contrário do Clube Amigos Disney, esta trupe desperta todo o meu interesse. A acompanhar com a diligência que se impõe.
Exercício da cidadania (II)
Pela manhã, o condutor segue de carro para o trabalho. Sintonizado na TSF, o rádio anuncia a rubrica do Mel com Fel. Sendo terça-feira, os comentários são da responsabilidade de José Lello. O condutor decide desligar a telefonia.
Exercício da cidadania (I)
O condutor estaciona o carro enquanto um viciado em heroína ensaia umas mais que dispensáveis indicações gestuais para supostamente ajudar na manobra. Concluído o estacionamento, o toxicodependente dirige-se ao condutor:
- Amigo?!... tem uns trocos?
- Tenho - responde secamente o condutor.
- Não me orienta nada?
- Não.
- Amigo?!... tem uns trocos?
- Tenho - responde secamente o condutor.
- Não me orienta nada?
- Não.
Poder de encaixe
Ora ainda bem que o candidato do mofo está habituado a más sondagens. Como as coisas estão a andar, este tipo de serenidade vai ser deveras necessária.
quarta-feira, outubro 26, 2005
Mais uma razão para apostar na educação
Ontem estava a ver uma reportagem sobre a Finlândia e um dos momentos era passado com uma família ao pequeno-almoço, numa conversa informal. Quando perguntaram ao pai se achava que os impostos eram muito altos (cerca de 50%) ele respondeu que isto era um preço a pagar para, entre outras coisas, proporcionar uma boa educação às crianças finlandesas. Se esta ideia parece ter lógica, muito mais lógica terá o argumento para justificar a aposta na educação: “Somos um país pequeno, com poucas pessoas, por isso não podemos desperdiçar os nossos recursos humanos. Daí apostarmos na educação dos nossos filhos.”
A ideia de se apostar na educação de todos quando a população não é muito grande parece bastante óbvia, mas em Portugal existem pessoas que se calhar ainda não perceberam isto.
A ideia de se apostar na educação de todos quando a população não é muito grande parece bastante óbvia, mas em Portugal existem pessoas que se calhar ainda não perceberam isto.
terça-feira, outubro 25, 2005
Walking on thin ice
Tenho a certeza que o Kramer ficaria inchado de orgulho com a minha façanha. Hoje bati o meu recorde de quilómetros na reserva. 92.50!! Estou a falar de 92.50 quilómetros de pura adrenalina. 92.50!!!
Mas toda a proeza tem o seu custo. O desta foi exactamente 60 € de gasóleo.
Mas toda a proeza tem o seu custo. O desta foi exactamente 60 € de gasóleo.
segunda-feira, outubro 24, 2005
sexta-feira, outubro 21, 2005
O meu voto já tem dono*
Agora que a candidatura presidencial de Cavaco Silva é oficial, já posso fazer a minha declaração de voto para as eleições que se seguem. Bem sei que é muito cedo (ainda nem sequer há data oficial para o acto eleitoral), mas bem vistas as opções, a minha decisão foi muito fácil de tomar.
Devo dizer, que votarei em Cavaco Silva por duas razões. A primeira prende-se com o facto de eu ser um confesso admirador do professor de economia. Acredito que os seus anos de governo foram os melhores que este país teve desde há muitos e muitos anos, e, nos tempos que correm, estou convencido que tem o perfil ideal para Belém. É um homem sério, honesto, seguro, com prestígio internacional, rigoroso, exigente e conhece como poucos os meandros do poder político em Portugal. Respeitinho é muito bonito e Cavaco sabe como consegui-lo. A juntar a isto, conforta-me saber que ele é o único candidato presidencial que se apresenta para ganhar umas eleições e não para derrotar alguém ou alguma coisa (neste quesito os candidatos de esquerda têm-se apresentado com uma postura assaz esquizofrénica em relação ao papão da direita).
A segunda ordem de razões está relacionada com o basilar princípio da exclusão de partes. Tendo em conta os outros candidatos, mesmo que eu não estivesse tão convicto do meu sentido de voto, seria bem provável que o meu voto lhe tocasse. Nunca na minha vida o meu voto iria para a candidatura apoiada pelos comunistas. Muito menos reservaria o meu direito de escolha em prol do candidato populista. Em relação à candidatura romântica, reconheço a minha simpatia por ela, mas políticos não se querem românticos, mas sim competentes e talhados para determinado cargo. Quanto à candidatura do mofo, além de se apresentar de uma forma pedante e irritantemente paternal, dá a ideia que goza com as pessoas (o que é loucura hoje, pode não o ser amanhã).
Tenho dito.
*Como se depreende do título, apenas explico a minha posição pessoal nestas eleições presidenciais e não do resto das pessoas que integram a Cooperativa. Este post apenas declara o meu sentido de voto e não do blog e dos seus elementos.
quinta-feira, outubro 20, 2005
terça-feira, outubro 18, 2005
DocLisboa 2005
Esta coisa dos festivais de cinema tem sempre aquele elemento de rifa. Primeiro agendamos o dia em que é possível ir a alguma sessão. Segundo percebemos quais as sessões que nos dão jeito no dia seleccionado. Terceiro, se houver várias opções, escolhemos o filme que ficou com o privilégio de ser visionado (e digo privilégio, porque nos dias que correm tempo é um bem escasso).
Há vezes que a escolha se revela uma grande caca. Há outras, em que a obra que nos ficou reservada é uma absoluta revelação. Felizmente foi o que me calhou ontem no DocLisboa 2005*. Numa semana frenética, no único dia que podia ir ao festival, saquei da cartola esta pequena maravilha do documentário moderno.
Realizado pelo brilhantíssimo Ross McElwee, autor que só agora tive a honra de descobrir (e que honra!), este "Sherman's March" é pura inspiração. Junte-se um jovem documentarista em acentuada crise de identidade, medos e fobias de ameaça nuclear, uma vida amorosa frustrada e allenesca, a cruzada arrasadora de Sherman pelos estados do sul americano, a família típica do dirty south e Burt Reynolds e temos um dos exemplos mais fantásticos que tive a oportunidade de conhecer no campo do cinema documental. Enfim, uma noite em que a rifa que saiu valeu, e muito, a pena.
*Recomendação à organização: quando se exibe um filme de 155 minutos, um intervalo não fazia mal nenhum. Nenhum!!!!.
Há vezes que a escolha se revela uma grande caca. Há outras, em que a obra que nos ficou reservada é uma absoluta revelação. Felizmente foi o que me calhou ontem no DocLisboa 2005*. Numa semana frenética, no único dia que podia ir ao festival, saquei da cartola esta pequena maravilha do documentário moderno.
Realizado pelo brilhantíssimo Ross McElwee, autor que só agora tive a honra de descobrir (e que honra!), este "Sherman's March" é pura inspiração. Junte-se um jovem documentarista em acentuada crise de identidade, medos e fobias de ameaça nuclear, uma vida amorosa frustrada e allenesca, a cruzada arrasadora de Sherman pelos estados do sul americano, a família típica do dirty south e Burt Reynolds e temos um dos exemplos mais fantásticos que tive a oportunidade de conhecer no campo do cinema documental. Enfim, uma noite em que a rifa que saiu valeu, e muito, a pena.
*Recomendação à organização: quando se exibe um filme de 155 minutos, um intervalo não fazia mal nenhum. Nenhum!!!!.
sexta-feira, outubro 14, 2005
Lusofonia desportiva
Há pelo menos cerca de 200 milhões de razões para assinar. Não custa nada e faz todo o sentido.
quinta-feira, outubro 13, 2005
Controle de ansiedade
Tenho lido um pouco por todo o lado que o filme é uma maravilha. Não me admirava nada. Pelo menos em termos de protagonistas está lá gente que realmente interessa (Hoffman, Keener, Cooper).
Enquanto não chega a nossa vez, para não deixar a impaciência tomar conta da situação, sempre se pode ir lendo e relendo papelada. Nestes momentos de espera passar o tempo é uma necessidade. Se possível, bem rápida.
O que lhe aconteceu?
Ao ler um artigo de Francisco Belard na revista Actual do Expresso, deparei-me com a seguinte frase “…depois do que aconteceu, como sabemos, a Orhan Pamuk...”. Ele sabe, vocês podem saber, mas eu e se calhar mais de oitenta por cento dos leitores do artigo não sabemos, por isso pedia encarecidamente que algum leitor me pudesse esclarecer o que lhe aconteceu.
quarta-feira, outubro 12, 2005
Um murro no estômago
Desde o "Corte de Cabelo" e o "Ossos" que não saía assim de uma sala de cinema depois de ver um filme português. Falo de "Alice", um verdadeiro portento cinematográfico.
Construindo um filme de estrutura perfeita (argumento e montagem fabulosos), Marco Martins consegue filmar Lisboa de uma maneira verdadeiramente desoladora e utiliza o silêncio da mesma maneira que se usa um facalhão bem afiado para cortar o coração de outrem. Nuno Lopes cumpre um verdadeiro tour de force, digno de um Pacino em "Serpico" ou de um Cage em "Leaving Las Vegas". Beatriz Batrada, se é que ainda haveria alguma necessidade, em 4 ou 5 cenas confirma ser a maior actriz portuguesa da actualidade. Os secundários, como Ivo Canelas ou Miguel Guilherme, ajudam inolvidávelmente à festa. Para concluir, a música de Bernardo Sasseti surge como a cereja no topo do bolo.
Sabendo que o produto é 100% português dá um gozo especial. Bravo!
Construindo um filme de estrutura perfeita (argumento e montagem fabulosos), Marco Martins consegue filmar Lisboa de uma maneira verdadeiramente desoladora e utiliza o silêncio da mesma maneira que se usa um facalhão bem afiado para cortar o coração de outrem. Nuno Lopes cumpre um verdadeiro tour de force, digno de um Pacino em "Serpico" ou de um Cage em "Leaving Las Vegas". Beatriz Batrada, se é que ainda haveria alguma necessidade, em 4 ou 5 cenas confirma ser a maior actriz portuguesa da actualidade. Os secundários, como Ivo Canelas ou Miguel Guilherme, ajudam inolvidávelmente à festa. Para concluir, a música de Bernardo Sasseti surge como a cereja no topo do bolo.
Sabendo que o produto é 100% português dá um gozo especial. Bravo!
segunda-feira, outubro 10, 2005
Autárquicas' 05 (VII)
Melhor que o próprio discurso em si, foi ver a Bárbara acenar afirmativamente a cada declaração do marido. Por detrás de um grande homem, está uma grande mulher
Autárquicas' 05 (VI)
O CDS/PP está quase a assumir o posto de lanterna vermelha partidária. Já faltou menos.
Autárquicas' 05 (V)
Queria aqui deixar a minha solidariedade para com o homem do microfone no discurso de vitória do Major Valentim Loureiro. Força homem!!! Sei que fizeste o melhor possível (mas foi por um triz que não mamaste um sopapo).
Autárquicas' 05 (IV)
João Soares começa a fazer lembrar aqueles treinadores, tipo Luís Campos, que cada vez que pegam numa equipa descem de divisão. Sempre que se lembra de encabeçar uma lista, vai para casa na noite eleições com um belo cabaz debaixo do braço.
Autárquicas' 05 (III)
Dos comentadores convidados pelas TV's para análise do processo eleitoral um se destacou. Ou melhor, uma se destacou. Odete Santos, pela imagem, discurso, postura, personalidade, etc, confirma que continua a ser um dos grandes OVNIS da política nacional. Absolutamente única.
Autárquicas' 05 (II)
Foi penoso ver e ouvir o discurso de derrota de Manuel Maria Carrilho. No fundo o candidato vencido (e de que maneira) apenas confirma as razões da sua não votação pelos alfacinhas. É um fulano intragável.
Deselegante como de costume, mostrou o que é a essência do não saber perder. Pior ainda, foi o pedantismo polidíssimo demonstrado quando afirmou que havia que se fazer um reflexão da nossa democracia tendo em conta a sua derrota. Claro! Se perdeu, é porque somos todos estúpidos.
Deselegante como de costume, mostrou o que é a essência do não saber perder. Pior ainda, foi o pedantismo polidíssimo demonstrado quando afirmou que havia que se fazer um reflexão da nossa democracia tendo em conta a sua derrota. Claro! Se perdeu, é porque somos todos estúpidos.
Autárquicas' 05 (I)
Há muito que algo assim não se verificava. Desta vez o PCP, com a sua CDU, foi mesmo (mesmo!) um dos vencedores da noite.
quinta-feira, outubro 06, 2005
Assistir a um concerto
Não posso concordar (se é que tenho de concordar ou discordar com o que fôr). Concedo que a expressão «ver um concerto» pode ser redutora. É redutora. Uma pessoa «assiste a um concerto». Neste caso o brasileirismo é mais elucidativo do próprio acto. Ver, ouvir, cheirar... a todos os sentidos se faz um apelo quando se «assiste a um concerto».
Em relação à música, dizer que ao ouvir os discos em casa se dispensa o acto de «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»), retira-se toda a vitalidade à música propriamente dita. O improviso, o ruído, o erro, a fisicalidade, a teatralidade, entre outras, são potencialidades inalcançáveis através de uma experiência doméstica. Mutatis mutandis, é impossível captar determinados pormenores ou nuances ao «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»). Uma não elimina a outra, mas ambas são necessárias.
Em relação à música, dizer que ao ouvir os discos em casa se dispensa o acto de «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»), retira-se toda a vitalidade à música propriamente dita. O improviso, o ruído, o erro, a fisicalidade, a teatralidade, entre outras, são potencialidades inalcançáveis através de uma experiência doméstica. Mutatis mutandis, é impossível captar determinados pormenores ou nuances ao «ver um concerto» (no sentido de «assistir a um concerto»). Uma não elimina a outra, mas ambas são necessárias.
Dia mundial dos professores
O dia mundial dos professores é 5 de Outubro que em Portugal é feriado.
Coincidência ou reflexo da realidade?
Nesta linha de pensamento o dia mundial dos juízes podia ser mudado para dia 10 Junho ou o dia dos funcionários públicos para dia 25 de Abril.
Coincidência ou reflexo da realidade?
Nesta linha de pensamento o dia mundial dos juízes podia ser mudado para dia 10 Junho ou o dia dos funcionários públicos para dia 25 de Abril.
Indecisões de um republicano
Ano após ano a minha dúvida permanece. Todos os 5 de Outubro tenho o mesmo dilema: o que é que eu festejo mais? O fim da monarquia ou a implantação da República?
Bem vistas as coisas, o resultado é o mesmo. Júbilo. Puro júbilo.
Bem vistas as coisas, o resultado é o mesmo. Júbilo. Puro júbilo.
terça-feira, outubro 04, 2005
20 most overrated movies of all time
Para quem gosta de classificações.
Os 20 fimes mais inflacionados da história, de acordo com a Premiere americana:
1-2001: A Space Odyssey
2-A Beautiful Mind (Mentes brilhantes)
3-American Beauty
4-An American in Paris
5-Chariots of Fire
6-Chicago
7-Clerks
8-Easy Rider
9-Fantasia (do Walt Disney)
10-Forrest Gump
11-Field of Dreams (com o canastrão do Kevin Costner)
12-Gone with the Wind (Tara!)
13-Good Will Hunting
14-Jules and Jim
15-Monster's Ball
16-Moonstruck
17-Mystic River
18-The Wizard of Oz
19-Nashville
20-The Red Shoes
O meu melhor critério é a quantidade de vezes que eu suportei vê-los. Tanto o Chicago como Mentes Brilhantes são capazes de ser as maiores porno-chachadas alguma vez feitas.
Os 20 fimes mais inflacionados da história, de acordo com a Premiere americana:
1-2001: A Space Odyssey
2-A Beautiful Mind (Mentes brilhantes)
3-American Beauty
4-An American in Paris
5-Chariots of Fire
6-Chicago
7-Clerks
8-Easy Rider
9-Fantasia (do Walt Disney)
10-Forrest Gump
11-Field of Dreams (com o canastrão do Kevin Costner)
12-Gone with the Wind (Tara!)
13-Good Will Hunting
14-Jules and Jim
15-Monster's Ball
16-Moonstruck
17-Mystic River
18-The Wizard of Oz
19-Nashville
20-The Red Shoes
O meu melhor critério é a quantidade de vezes que eu suportei vê-los. Tanto o Chicago como Mentes Brilhantes são capazes de ser as maiores porno-chachadas alguma vez feitas.
segunda-feira, outubro 03, 2005
Block Party@Lx
50 Cent+Boss AC+Lloyd Banks+Young Buck+Olivia+Mobb Deep+M.O.P.
Mesmo com os seus altos e baixos, o Hip-Hop em Portugal estava a precisar de uma noite assim. O resto é conversa.
BIG UP!!!!!!
Mesmo com os seus altos e baixos, o Hip-Hop em Portugal estava a precisar de uma noite assim. O resto é conversa.
BIG UP!!!!!!
sexta-feira, setembro 30, 2005
quinta-feira, setembro 29, 2005
Lacuna (II)
quarta-feira, setembro 28, 2005
Nem na teoria está certo
A propósito de acontecimentos mais ou menos recentes tenho falado com algumas pessoas sobre o comunismo, e um dos argumentos a favor é que esta forma de organização social na teoria era boa. Ora para uma teoria ser boa tem de utilizar todas as premissas e contemplar as várias variáveis que a formam. Portanto para mim o comunismo nem em teoria é bom já que ignora, entre outras variáveis, a natureza humana.
Rita
No "aftermath" do êxodo do Texas ficam aqui alguns factóides:
Em Matagorda County o sheriff decretou a seguinte ordem: "Quem não fugir imediatamente será acusado de tratamento negligente para com os seus filhos e estes ficarão sobre a custódia do Estado"
2 Milhões de veículos na mesma estrada que se moviam a 2Km/h enquanto a Rita deslocava-se a 15Km/h.
O Estado do Texas emanou uma ordem para que quem tivesse o depósito a menos de um quarto encostasse à berma (detalhe; já não havia gasolina).
As mães foram aconselhadas a irem com os seus filhos para os parques infantis e cansá-los o mais possível.
Os produtos mais vendidos (e mais inflacionados) eram água e preservativos.
Não há planos infalíveis.
terça-feira, setembro 27, 2005
SOS Solidão
De há uns dias para cá sinto-me o Manuel Alegre deste blog. Sózinho num quadrado, mas sempre resistente.
segunda-feira, setembro 26, 2005
Será o mesmo filme?
Sendo de uma geração que cresceu em pleno boom de nascimento de clubes de vídeo, e tendo passado horas a mais no Videocentro da E.P.U.L. do Restelo, ler as sinopses atrás das caixas das cassetes sempre foi um constante (e mau) hábito. Como muita gente, foram centenas e centenas lidas, umas melhores outras piores. Mas em relação à nº 1 ainda hoje não tenho dúvidas. Estou a falar de um resumo tão surreal, que das duas uma: ou o seu autor não viu o filme (hipótese que quero como verdadeira), ou é um débil mental com uma inteligência comparável à de uma bigorna.
Ora vejam bem o que este eternamente anónimo (quem será?!?!?!) escreveu para resumir o clássico de John Carpenter "Jack Burton nas Garras do Mandarim" ("Big trouble in Little China"):
"Uma louca aventura no mundo subterrâneo! Dirigida pelo mestre do thriller, John Carpenter, esta aventura de sofá, tem como personagem principal Kurt Russel que representa Jack Burton, um condutor de camiões viciado em cocaína e com muita garganta. A sua vida aborrecida de viajante solitário pelas estradas sofre uma viragem sobrenatural quando a noiva do seu melhor amigo é raptada.Tentando salvá-la, Jack vai até aos confins da Chinatown em São Francisco, um mundo sujo, governado por Lo Pan, um feiticeiro com 2000 anos que preside impiedosamente um reino de espíritos. Lutando contra demónios e presenciando horrores, Jack luta com as suas armas no domínio obscuro de Lo Pan para salvar a rapariga Kim Catrall que com ele contracena neste filme baseado em ficção científica com impressionantes efeitos especiais e que, com um fim realmente inesperado, o vai levar ao mundo subterrâneo de Chinatown."
Quem viu o filme, percebe as barbaridades escritas nestes parcos 948 caracteres. Quem adora o filme (como eu) ou ri ou chora. Eu escolho a primeira.
Ora vejam bem o que este eternamente anónimo (quem será?!?!?!) escreveu para resumir o clássico de John Carpenter "Jack Burton nas Garras do Mandarim" ("Big trouble in Little China"):
"Uma louca aventura no mundo subterrâneo! Dirigida pelo mestre do thriller, John Carpenter, esta aventura de sofá, tem como personagem principal Kurt Russel que representa Jack Burton, um condutor de camiões viciado em cocaína e com muita garganta. A sua vida aborrecida de viajante solitário pelas estradas sofre uma viragem sobrenatural quando a noiva do seu melhor amigo é raptada.Tentando salvá-la, Jack vai até aos confins da Chinatown em São Francisco, um mundo sujo, governado por Lo Pan, um feiticeiro com 2000 anos que preside impiedosamente um reino de espíritos. Lutando contra demónios e presenciando horrores, Jack luta com as suas armas no domínio obscuro de Lo Pan para salvar a rapariga Kim Catrall que com ele contracena neste filme baseado em ficção científica com impressionantes efeitos especiais e que, com um fim realmente inesperado, o vai levar ao mundo subterrâneo de Chinatown."
Quem viu o filme, percebe as barbaridades escritas nestes parcos 948 caracteres. Quem adora o filme (como eu) ou ri ou chora. Eu escolho a primeira.
sexta-feira, setembro 23, 2005
quarta-feira, setembro 21, 2005
Portugal a Cantar
Quando eu achava que nos tínhamos visto livres de programas onde o público era convidado a cantar, eis que mudo de canal e aparece uma tal de Bárbara Oliveira Pinto, histérica aos berros a puxar pelos “cantores”, quando a meu ver, os deveria estar é a empurrar do palco a baixo. Como se o quadro não fosse suficientemente deprimente, ainda somos brindados com uma senhora brasileira que poderia ser a bisavó da Ivete Sangal, como “artista” convidada.
A única coisa que pergunto é onde está Miguel Ângelo e as suas maravilhosas cantigas da rua. Tudo pode melhorar posto em perspectiva.
A única coisa que pergunto é onde está Miguel Ângelo e as suas maravilhosas cantigas da rua. Tudo pode melhorar posto em perspectiva.
Resmas de estilo
Ontem tive a oportunidade de ver na SIC Notícias o debate entre os candidatos à Câmara Municipal do Porto. Cada vez que via e ouvia o candidato do Bloco de Esquerda João Teixeira Lopes a intervir só me lembrava do saudoso Nelo de Herman José.
terça-feira, setembro 20, 2005
Imunes (por enquanto)
Depois de ter perguntado sem ofender, não se pode propriamente dizer que as pessoas se acotovelaram para ajudar na resolução do problema. Mas como a excepção sempre confirmou a regra, houve alguém que se chegou à frente e por isso deixo aqui os meus sinceros agradecimentos em nome da Cooperativa.
Com o sistema de word verification, creio que estamos a salvo durante os próximos tempos - quem quiser fazer publicidade neste blog... tem que pagar!!
segunda-feira, setembro 19, 2005
Mentes perigosas
Madrid acordou para os problemas da 2ª geração de emigrantes. No espaço de duas semanas sucedem-se os assassinatos a meio da noite.
De um lado os “Latin Kings”, na sua maioria equatorianos e colombianos, o seu símbolo é uma coroa e cumprimentam-se com o mindinho, o indicador e o polegar espetados e os restantes devidamente recolhidos na palma da mão.
Do outro os “Ñetas” que quererá dizer algo como “vida nova”. Na sua maioria porto-riquenhos cumprimenta-se com o anelar por cima do indicador e os restantes dedos entrelaçados uns nos outros (em teoria significa que o maior protege o menor, mas acho que nem eles isso sabem).
Uns vêm do infâme bairro de Carabanchel, o equivalente em Lisboa da Madragoa, outros vêm do bairro de Vallecas, qualquer coisa como o antigo Casal Ventoso.
Segundo dizem o objectivo é controlar a circulação de droga. O insucesso escolar e abandono parental são a justificação.
Não deixa de ser irónico pensar que os pais dos ilustres delinquentes sairam dos respectivos países de origem para proporcionar uma vida saudável aos ses filhos, e estes, driblando o destino, importam o que de pior têm nas suas culturas.
Os espanhóis (que até há uns anos diziam que o único estrangeiro que conheciam era o Rei Mago Baltazar) adoptaram um termo, bastante pejorativo por sinal, para designar a “horde” de sul-americanos; “Sudakas”.
E não se atrevam a dizer isso em frente deles.
De um lado os “Latin Kings”, na sua maioria equatorianos e colombianos, o seu símbolo é uma coroa e cumprimentam-se com o mindinho, o indicador e o polegar espetados e os restantes devidamente recolhidos na palma da mão.
Do outro os “Ñetas” que quererá dizer algo como “vida nova”. Na sua maioria porto-riquenhos cumprimenta-se com o anelar por cima do indicador e os restantes dedos entrelaçados uns nos outros (em teoria significa que o maior protege o menor, mas acho que nem eles isso sabem).
Uns vêm do infâme bairro de Carabanchel, o equivalente em Lisboa da Madragoa, outros vêm do bairro de Vallecas, qualquer coisa como o antigo Casal Ventoso.
Segundo dizem o objectivo é controlar a circulação de droga. O insucesso escolar e abandono parental são a justificação.
Não deixa de ser irónico pensar que os pais dos ilustres delinquentes sairam dos respectivos países de origem para proporcionar uma vida saudável aos ses filhos, e estes, driblando o destino, importam o que de pior têm nas suas culturas.
Os espanhóis (que até há uns anos diziam que o único estrangeiro que conheciam era o Rei Mago Baltazar) adoptaram um termo, bastante pejorativo por sinal, para designar a “horde” de sul-americanos; “Sudakas”.
E não se atrevam a dizer isso em frente deles.
Bom proveito
Se são clientes regulares da Cooperativa (será que existe algum?), podem ter reparado que houve uns acrescentos na nossa lista de links. Desta feita desejamos as boas vindas a este blog aos seguintes: às 2 por três, a nova confraria, a causa foi modificada (mais vale tarde do que nunca), câmara corporativa, nese-nese e paulinholíderpai.
sábado, setembro 17, 2005
sexta-feira, setembro 16, 2005
Bom dia
Chego à redacção e dirijo-me para a minha secretária. Vejo que está um envelope dirigido à minha pessoa abandonado na mesa. É da Universal.
Penso cá para mim: ".. mais metaleira?!? Chiça que já não tenho cabedal para estas merdas...". Abro o envolope e vejo que é o último e muito, muito, muito esperado de Kanye West.
E assim se ganha o dia.
Penso cá para mim: ".. mais metaleira?!? Chiça que já não tenho cabedal para estas merdas...". Abro o envolope e vejo que é o último e muito, muito, muito esperado de Kanye West.
E assim se ganha o dia.
quinta-feira, setembro 15, 2005
Troca de Esposas
Queria escrever sobre o que para mim, se excluirmos o Portugal A Cantar na RTPn e sobre o qual escreverei um dia destes, é o melhor programa da actualidade: Troca de esposas.
O programa consiste na troca de mães em duas famílias durante 15 dias, estas mães tem como tarefa durante a primeira semana viver sobre as regras da sua predecessora, na segunda semana são elas quem ditam as regras.
Este programa tem dois grandes pontos de interesse (e nenhum deles é a ideia geral do programa), o primeiro e mais óbvio é ver como vive a classe média Americana (vive mal). O segundo é ver a quantidade de fanáticos disfarçados tem aquele país, e quando falo de fanáticos não estou a falar do pai um bocado rígido ou de uma mãe que dá uns castigos mais duros, estou a falar de país que trancam os filhos em casa, que não os deixam ver nem um segundo de televisão e que têm réguas para lhes bater. Fazem tudo isto porque o mundo lá fora está perigoso portanto o melhor é uma criança crescer sem ter de conviver com isto. A meu ver estas crianças estariam era mais seguras a crescer sem entrar naquela casa, mas isso é uma opinião minha.
Outro aspecto impressionante do programa é o grande número de pessoas que estuda através de um sistema de ensino em casa e simplesmente não põem os pés nas aulas sendo ensinado pelos pais ou por explicadores. Gente muito estranha.
O programa consiste na troca de mães em duas famílias durante 15 dias, estas mães tem como tarefa durante a primeira semana viver sobre as regras da sua predecessora, na segunda semana são elas quem ditam as regras.
Este programa tem dois grandes pontos de interesse (e nenhum deles é a ideia geral do programa), o primeiro e mais óbvio é ver como vive a classe média Americana (vive mal). O segundo é ver a quantidade de fanáticos disfarçados tem aquele país, e quando falo de fanáticos não estou a falar do pai um bocado rígido ou de uma mãe que dá uns castigos mais duros, estou a falar de país que trancam os filhos em casa, que não os deixam ver nem um segundo de televisão e que têm réguas para lhes bater. Fazem tudo isto porque o mundo lá fora está perigoso portanto o melhor é uma criança crescer sem ter de conviver com isto. A meu ver estas crianças estariam era mais seguras a crescer sem entrar naquela casa, mas isso é uma opinião minha.
Outro aspecto impressionante do programa é o grande número de pessoas que estuda através de um sistema de ensino em casa e simplesmente não põem os pés nas aulas sendo ensinado pelos pais ou por explicadores. Gente muito estranha.
Perguntar não ofende
É capaz de ser a pergunta mais estúpida na história da Cooperativa mas cá vai: como é que se apagam comentários?? Estou farto daqueles com publicidade ou com links manhosos!
Antecipadamente... muito obrigado pela ajuda.
Antecipadamente... muito obrigado pela ajuda.
quarta-feira, setembro 14, 2005
Sacana do sistema (III)
Corre o boato que Kim Jon-Il vai ser o escolhido para ocupar o cargo de Director-Geral da Agência Internacional de Energia Atómica.
Sol e Sombra
Enquanto em Portugal se discute a legitimidade/legalidade da morte de touros, em Espanha a discussão versa sobre a legitimidade/legalidade da morte de touros com lanças.
Graças a Deus que no antanho ainda não tinha sido inventado o bulldozer.
Sacana do sistema (II)
Depois da esperança morrer, Mr. Bean (versão socialista) vem a terreiro proclamar a sua independência.
Vamos lá ver uma coisa Sr. Dr.: o cargo já é seu e é inquestionável que tem competências técnico-jurídicas para a função, mas, politicamente falando, o senhor é tão independente como o Tibete! Esclarecido este ponto, e tendo em conta que a insenção será uma das qualidades fundamentais para o cargo de que falamos, parece-me óbvio que o senhor não reúne o perfil necessário para as funções em causa.
Em relação as declarações em que diz que "inicia um novo tempo em que os comprometimentos políticos ficam reservados", vai-me desculpar mas penso que houve uma escolha manifestamente infeliz no que toca ao verbo utilizado. "Reservados"!?!! Não senhor!! Deveria ser EXCLUIDOS!!!!
Vamos lá ver uma coisa Sr. Dr.: o cargo já é seu e é inquestionável que tem competências técnico-jurídicas para a função, mas, politicamente falando, o senhor é tão independente como o Tibete! Esclarecido este ponto, e tendo em conta que a insenção será uma das qualidades fundamentais para o cargo de que falamos, parece-me óbvio que o senhor não reúne o perfil necessário para as funções em causa.
Em relação as declarações em que diz que "inicia um novo tempo em que os comprometimentos políticos ficam reservados", vai-me desculpar mas penso que houve uma escolha manifestamente infeliz no que toca ao verbo utilizado. "Reservados"!?!! Não senhor!! Deveria ser EXCLUIDOS!!!!
terça-feira, setembro 13, 2005
Coisas Mundanas
Em deslocação ao Congresso constato que a democracia portuguesa está tão podre quanto a espanhola, e que a dignidade do Congresso está ao nível do Parlamento português.
Enquanto um pobre coitado fala, os restantes 50 (em 350 possíveis) falam entertidamente e lêem os jornais diários on-line.
Da ordem de trabalhos constavam as seguintes perguntas aos Srs. Ministros:
"Em que conhecimentos sobre o sector turístico se baseia a Sra. Ministra para afirmações de desprezo contra a cidade de Benidorm"
A resposta mais óbvia seria o senso-comum e uma ida à dita cidade, mas calculo que a posição de Ministra exija uma resposta mais científica.
Enquanto um pobre coitado fala, os restantes 50 (em 350 possíveis) falam entertidamente e lêem os jornais diários on-line.
Da ordem de trabalhos constavam as seguintes perguntas aos Srs. Ministros:
"Em que conhecimentos sobre o sector turístico se baseia a Sra. Ministra para afirmações de desprezo contra a cidade de Benidorm"
A resposta mais óbvia seria o senso-comum e uma ida à dita cidade, mas calculo que a posição de Ministra exija uma resposta mais científica.
"Porque motivo quatorze presos etarras da prisão de Albolote, em regime de isolamento, disfrutaram de uma autorização para acudir todos juntos a uma piscina em Granada no passado mês de Julho."
Calculo que deva ter sido uma excursão organizado pelo ATL da prisão, mas não me atrevo.
Não que a miséria alheia justifique o que quer que seja. Mas é confortante saber que não estamos sozinhos.
Sacana do sistema (I)
Se esta notícia se confirmar (a esperança é a última a morrer) o céu é o limite. É que ter o Mr. Bean (versão socialista) a presidir um orgão destes, é a mesma coisa que assistir ao Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa a apitar jogos oficiais do F.C. do Porto.
Trigo limpo, farinha amparo!
Trigo limpo, farinha amparo!
sexta-feira, setembro 09, 2005
quarta-feira, setembro 07, 2005
Encontros pouco barbeados
Foi um privilégio ouvir o novo e belíssimo "4" antes da sua edição em terras nacionais (só sai a 10 de Outubro). Foi uma genuíno prazer entrevistar e conversar com os quatro rapazes do Rio de Janeiro. Foi no mínimo engraçado, encontrar o Bruno Medina (teclista) às compras no Media Markt quando fui almoçar à Catedral. Foi soberbo assistir ao concerto de Los Hermanos no Clube Lua.
Vaya banda con swing!
Pesetero de pastelaria
Em entrevista à TSF, João Soares diz que gosta mais dos pastéis de nata de um tal Gregório (ou nome do género), situado lá para os lados de Sintra, do que dos pastéis de Belém.
terça-feira, setembro 06, 2005
O Reestruturador
Com o debate de ontem na SIC Notícias entre Manuel Maria Carrilho (MMC) e Sá Fernandes, candidatos à C. M. de Lisboa, o significado da palavra patético ganha um significado muito mais claro e evidente. Com efeito, a prestação de MMC foi verdadeiramente patética. Talvez assustadora seja mais elucidativo do que se passou, mas de qualquer das maneiras, quem me fez rir como ele fez, não é assustador. Quanto muito seria cómico, mas estando a falar numa performance num debate político o adjectivo correcto acaba por ser patético.
O festim foi completo. Desde a falta de preparação dos temas (já nem falo da inexistência de programa eleitoral a pouco mais de um mês do acto eleitoral), ao discurso confrangedoramente vago, de tudo o pai do miúdo com nome de rei presenteou os espectadores. Até o moderador do debate parecia incomodado com a prestação do candidato chuchalista.
Em resposta a perguntas sobre que medidas concretas tem para a resolução de vários problemas da cidade (também eles concretos), MMC respondia invariavelmente com respostas vazias de conteúdo, mas sempre com o verbo reestruturar envolvido. O homem diz que vai reestruturar isto, reestruturar aquilo.... mas actos concretos, medidas reais... nada! Diz que vai fazer aquilo, que vai acabar com, que vai promover isto, mas caminhos para tal nada! Em suma, um discurso político conservado em verdadeiro vácuo.
Admirado fico eu é de ainda me admirar com este tipo de conversa, mas não se percebe como é que uma pessoa deste (baixo) quilate consegue ser um cabeça de lista de um dos maiores partidos portugueses para a maior câmara do país. Com elementos desta categoria só se confirma a única reestruturação que devia ser feita neste país. Uma reestruturação do sistema político, do sistema partidário... enfim, uma reestruturação da cabra da República.
p.s.: A prestação de Sá Fernandes foi positiva e sobejamente digna. Provocou o KO do seu adversário logo nos primeiros 15 minutos de debate, mostrou que conhece a cidade e seus problemas e provou ser aquele tipo de independentes que podem trazer algo de positivo a um panorama político português dominado por uma ignóbil ditadura de partidos (tenho muita pena em não puder dar-lhe o meu voto... muita).
O festim foi completo. Desde a falta de preparação dos temas (já nem falo da inexistência de programa eleitoral a pouco mais de um mês do acto eleitoral), ao discurso confrangedoramente vago, de tudo o pai do miúdo com nome de rei presenteou os espectadores. Até o moderador do debate parecia incomodado com a prestação do candidato chuchalista.
Em resposta a perguntas sobre que medidas concretas tem para a resolução de vários problemas da cidade (também eles concretos), MMC respondia invariavelmente com respostas vazias de conteúdo, mas sempre com o verbo reestruturar envolvido. O homem diz que vai reestruturar isto, reestruturar aquilo.... mas actos concretos, medidas reais... nada! Diz que vai fazer aquilo, que vai acabar com, que vai promover isto, mas caminhos para tal nada! Em suma, um discurso político conservado em verdadeiro vácuo.
Admirado fico eu é de ainda me admirar com este tipo de conversa, mas não se percebe como é que uma pessoa deste (baixo) quilate consegue ser um cabeça de lista de um dos maiores partidos portugueses para a maior câmara do país. Com elementos desta categoria só se confirma a única reestruturação que devia ser feita neste país. Uma reestruturação do sistema político, do sistema partidário... enfim, uma reestruturação da cabra da República.
p.s.: A prestação de Sá Fernandes foi positiva e sobejamente digna. Provocou o KO do seu adversário logo nos primeiros 15 minutos de debate, mostrou que conhece a cidade e seus problemas e provou ser aquele tipo de independentes que podem trazer algo de positivo a um panorama político português dominado por uma ignóbil ditadura de partidos (tenho muita pena em não puder dar-lhe o meu voto... muita).
segunda-feira, setembro 05, 2005
Muletas da oratória
Vamos lá ver e janela de oportunidade são inícios de raciocínio que, normalmente, não auguram nada de bom.
Ao fim ao cabo e a páginas tantas são certezas de que não vem aí nada de bom.
Ao fim ao cabo e a páginas tantas são certezas de que não vem aí nada de bom.
Recomenda-se
A leitura do último número da Uncut (comprada naquela loja dos restauradores ao lado da Igreja Pentacostes onde a alma sai purificada).
Além de ser um special issue, recomenda-se a leitura da entrevista com David Brent. Destaco a seguinte resposta aos tempos que hoje vivemos:
"In 50 years' time, people are going to look back at the sort of stuff that goes on now and regard it like the worst days of the Roman Empire. In Roman times, at least when people were captured as slaves and made to have sex with giraffes, they didn't want to do it. Nowadays, so long as it's televised, people would be queuing up in their thousands for the opportunity to be fucked by a giraffe."
De lapidar.
quinta-feira, setembro 01, 2005
Alerta vermelha
Segundo fontes internas da própria sala de chuto, o catálogo da 4AD vai ser alvo de contemplação na maldita secção Selecções FNAC.
O forrobódo promete ser dos bons.
O forrobódo promete ser dos bons.
Que Deus me perdoe
Até que ponto odeio o filme "A Música no Coração"?! Ainda hoje, sempre que volto a vê-lo (no Natal claro!), continuo a fazer empenhadas figas para a Maria, o van Trapp e a sua prole sejam apanhados pelos boches nazis na cena do cemitério.
Não me consigo conformar. Porque é que o panasca do Rolf não apita mais cedo?
Não me consigo conformar. Porque é que o panasca do Rolf não apita mais cedo?
Na terra dos druídas
A falta de talento ainda não me permite explicar o que me vai na alma quando penso no festival de Paredes de Coura' 05. Provavelmente nunca terei engenho e arte para contar o que por lá se passou e viveu, mas devo dizer que foi o melhor festival de música que fui na vida (e olhem que já fui a uns quantos... cá e fora).
Poupo-me ao trabalho de individualizar algum concerto, mas se fazem questão, digo que o suprasumo do evento (para mim) foi a estrondosa actuação do Nick Cave & the Bad Seeds. Mas dentro de tanta e tanta coisa boa, apenas quero destacar o espaço. Situado em pleno Minho profundo, não encontro possibilidade de haver um palco mais bonito, agradável e cómodo como o anfiteatro natural utilizado. Nem inventado seria possível conceber um espaço daqueles. Nota máxima.
Quanto à pergunta que muitos farão... e os Arcade Fire?
OS ARCADE FIRE SÃO BONS ATÉ DIZER MAIS NÃO!!!!!!!
Poupo-me ao trabalho de individualizar algum concerto, mas se fazem questão, digo que o suprasumo do evento (para mim) foi a estrondosa actuação do Nick Cave & the Bad Seeds. Mas dentro de tanta e tanta coisa boa, apenas quero destacar o espaço. Situado em pleno Minho profundo, não encontro possibilidade de haver um palco mais bonito, agradável e cómodo como o anfiteatro natural utilizado. Nem inventado seria possível conceber um espaço daqueles. Nota máxima.
Quanto à pergunta que muitos farão... e os Arcade Fire?
OS ARCADE FIRE SÃO BONS ATÉ DIZER MAIS NÃO!!!!!!!
O pior já lá vai
Estou aliviado. Muito aliviado. O mês de Agosto era a grande prova de fogo que este blog teria de enfrentar e creio que passou a provação de forma distinta e nobre. Verdade seja dita que o grande responsável pela resistência apresentada foi o Domingos, auxiliado pela preciosa contribuição do João, mas depois de constatar que a época de Verão provocou alguns consideráveis e irreperáveis estragos pela blogosfera lusa, não posso deixar de me congratular pela continuidade da Cooperativa.
Agora que regresso serenamente ao batente, posso dizer que estou back in bussiness. A cooperação tem de continuar.
Agora que regresso serenamente ao batente, posso dizer que estou back in bussiness. A cooperação tem de continuar.
quarta-feira, agosto 31, 2005
Sinais do Tempo
Carvalho da Silva apoia Mário Soares para Presidente da República.
Há pouco mais de seis meses o segundo apoiava o primeiro para o mesmo cargo.
Da Vitor Cordon a Belém é um instante sem passar pela Soeiro Pereira Gomes.
Há pouco mais de seis meses o segundo apoiava o primeiro para o mesmo cargo.
Da Vitor Cordon a Belém é um instante sem passar pela Soeiro Pereira Gomes.
quinta-feira, agosto 25, 2005
Portanto cale-se
Portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto, portanto.
Estas foram as vezes que ontem à noite na Sic Noticias, Emanuel Silva concorrente do PS à câmara de Oeiras disse a palavra portanto. Não pensem que foi durante todo o programa, estes dezasseis portanto foram ditos nuns incríveis minuto e meio, tempo que demoraram os seus argumentos finais.
Estas foram as vezes que ontem à noite na Sic Noticias, Emanuel Silva concorrente do PS à câmara de Oeiras disse a palavra portanto. Não pensem que foi durante todo o programa, estes dezasseis portanto foram ditos nuns incríveis minuto e meio, tempo que demoraram os seus argumentos finais.
Combustão fácil
Pela primeira vez na história o litro de gasóleo ultrapassou o €1.
São estes os recordes do nosso descontentamento.
São estes os recordes do nosso descontentamento.
quarta-feira, agosto 24, 2005
Estado do Estado
Para estabelecer o regime de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica foi criado um decreto-lei com 10 novos artigos.
Ora, antes sequer de começar a redigir o documento foram ouvidos a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos Médicos Dentistas, a Ordem dos Enfermeiros, a Associação Nacional das Farmácias, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, a Associação de Farmácias de Portugal, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, as Associações de grossistas, importadores e armazenistas de produtos químicos e farmacêuticos, a Federação de Cooperativas de Distribuição, a Associação de Consumidores de Portugal, o Instituto do Consumidor, a Autoridade da Concorrência e os sindicatos do sector.
A burocracia é quem mais ordena.
Mais de 15 entidades, mais de uma por artigo.
The roots of Rap
Muito bom este mapa da Time, pode não ser muito profundo mas dá uma ideia geral sobre alguns dos nomes que influenciaram os rappers actuais.
Vão ver em http://www.time.com/time/covers/20050829/graphics/index.html
Vão ver em http://www.time.com/time/covers/20050829/graphics/index.html
Nero está vivo
Tragicamente os incêndios teriam de chegar a uma grande cidade para acordar a consciência social e política dos portugueses. Até aqui era só "mata" a arder.
A proibição dos três bombeiros franceses trabalharem em Viana do Castelo raia o absurdo, a burocracia impõe-se ao bom-senso.
A proibição dos três bombeiros franceses trabalharem em Viana do Castelo raia o absurdo, a burocracia impõe-se ao bom-senso.
As notas de Vitorino são patéticas. Afirmar que os proprietários devem sofrer sanções por plantar pinheiro e eucalípto, quando é o Estado que não limpa as matas públicas, que não cria caminhos, que deixa as árvores encavalitadas umas nas outras é tragico-cómico.
terça-feira, agosto 23, 2005
"Vértice de Água"
O título deste post corresponde ao título de um famoso livro de poesia. Pensará o caro convidado que me estou a armar em pedante, mas se disser que o autor daquele livro é o "Rei Poeta" Artur Jorge, decerto concordará comigo dizendo "Ahh! Esse!".
Ora deitei mão a um punhado de poemas que repousam no "Vértice de Água" (já lá vão uns vetustos 22 anos desde a publicação), e não resisto a partilhar.
Pareciam vencidas/mas as navalhas/conspiravam/e o perfil/ do veneno/escorria dos dentes/
e as vespas/ fingindo nos olhos/ fugindo/ desses olhos transparentes.
Peço escusa quanto à sua decomposição morfológica e análise detalhada.
Ora deitei mão a um punhado de poemas que repousam no "Vértice de Água" (já lá vão uns vetustos 22 anos desde a publicação), e não resisto a partilhar.
Pareciam vencidas/mas as navalhas/conspiravam/e o perfil/ do veneno/escorria dos dentes/
e as vespas/ fingindo nos olhos/ fugindo/ desses olhos transparentes.
Peço escusa quanto à sua decomposição morfológica e análise detalhada.
24
Para quem não sabe ou não conhece o 24 era a melhor série televisiva de sempre.
Era, até eu ver a série 4 apenas disponível no sítio do costume.
Fiquei desiludido, não sei se a fórmula de sucesso esgotou, se apenas foi uma série menos conseguida, o que é certo é que é de longe a pior das 4 séries.
Era, até eu ver a série 4 apenas disponível no sítio do costume.
Fiquei desiludido, não sei se a fórmula de sucesso esgotou, se apenas foi uma série menos conseguida, o que é certo é que é de longe a pior das 4 séries.
Tudo é menos verosímel, a capacidade única que tinha de supreender desapareceu, o "casting" é confragedoramente mau (volta Mason, volta Chapelle ou mesmo volta Joaquim de Almeida), nenhum dos novos actores é capaz de se impor, a "trama" é pouco apelativa, enfim... a melhor maneira que posso expressar a minha desilusão foi que não me importava de ver apenas 3 episódios de cada vez.
Não me alargo pois posso cair na tentação de escrever um "spoiler", mas a desilusão fica registada.
Brain Storming
Portugal vai importar «cérebros»
A Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico quer aproveitar a «massa cinzenta» quer dos estrangeiros que estão cá em funções não qualificados, quer dos estrangeiros que estão fora, garante José Tavares, em entrevista ao Jornal de Negócios.
«Faz sentido que haja isenções fiscais para trazer os que estão lá fora», disse o coordenador da UCPT, acrescentando que «no novo quadro comunitário de apoio vai haver muito mais transversalidade».
Em vez de importar cérebros porque não promover o movimento dos cérebros retornados?
Com as mesmas isenções fiscais ficavamos melhor servidos.
A Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico quer aproveitar a «massa cinzenta» quer dos estrangeiros que estão cá em funções não qualificados, quer dos estrangeiros que estão fora, garante José Tavares, em entrevista ao Jornal de Negócios.
«Faz sentido que haja isenções fiscais para trazer os que estão lá fora», disse o coordenador da UCPT, acrescentando que «no novo quadro comunitário de apoio vai haver muito mais transversalidade».
Em vez de importar cérebros porque não promover o movimento dos cérebros retornados?
Com as mesmas isenções fiscais ficavamos melhor servidos.
segunda-feira, agosto 22, 2005
Por 30 dinheiros
Se uma Casa que é Santa e ainda por cima tem Misericórdia partilha dos mesmos interesses que uma Associação Portuguesa de Casinos, eu estou do lado dos mais fracos, dos que Apostam e Ganham ponto com.
quinta-feira, agosto 18, 2005
Leitura obrigatória
Quando uma inspectora se vira para mim e diz que não tem tempo para ler nada porque já gasta muito tempo com a TV7 dias e a TVGuia estamos conversados.
Ontem o que era um sinal gritante de iliteracia encapotada é hoje uma afirmação de conhecimento.
E bem vistas as coisas do que é que verdadeiramente se fala?
Da sucessão na TVI ou da gritaria entre José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes?
Da candidatura de Carilho ou do Dinis e da Bárbara?
Das presidênciais ou da casa no Vau e da Vivenda Mariani?
Dos incêndios ou de viagens ao Quénia?
Na verdade, quem é que quer mesmo saber que o Armando Vara é administrador da Caixa Geral de Depósitos? Ninguém. Pois claro.
quarta-feira, agosto 17, 2005
?
terça-feira, agosto 16, 2005
Hemeroteca
Com excepção dos seus empregados a Hemeroteca é capaz de ser dos sítios que mais gosto de ir (em cumprimento de obrigações profissionais).
Hoje a pesquisa datava de 1997.
Por essa altura Stanley Ho negociava com João Soares a implementação de um casino no Paque Mayer, ideia a que o último estava bastante receptivo (segundo palavras do próprio);
O Governo PS zurzia contra a aquisição do Totta por parte do Santender (por oposição à aquisição da Media Capital pela Prisa);
O Joaquim Oliveira era implicado no caso dos quinhentinhos do célebre José Guimaro;
Jorge Coelho estava extremamente obeso e cheio de pilosidade facial.
Hoje a pesquisa datava de 1997.
Por essa altura Stanley Ho negociava com João Soares a implementação de um casino no Paque Mayer, ideia a que o último estava bastante receptivo (segundo palavras do próprio);
O Governo PS zurzia contra a aquisição do Totta por parte do Santender (por oposição à aquisição da Media Capital pela Prisa);
O Joaquim Oliveira era implicado no caso dos quinhentinhos do célebre José Guimaro;
Jorge Coelho estava extremamente obeso e cheio de pilosidade facial.
Serviços mínimos
Este blog, tal como o resto do País, está em serviços mínimos.
E, como o nome indica, só podemos fazer o mínimo de esforço para tentar fazer o mínimo de trabalho possível e, de preferência, com o mínimo de resultados possíveis.
Só assim se explica que hoje na Hemeroteca o caixa tenha lançado mão da máquina de calcular para apurar qual a "demasia" que me haveria de dar, depois de eu entregar 1€ para pagar 0,96 cêntimos de fotocópias.
E, como o nome indica, só podemos fazer o mínimo de esforço para tentar fazer o mínimo de trabalho possível e, de preferência, com o mínimo de resultados possíveis.
Só assim se explica que hoje na Hemeroteca o caixa tenha lançado mão da máquina de calcular para apurar qual a "demasia" que me haveria de dar, depois de eu entregar 1€ para pagar 0,96 cêntimos de fotocópias.
quinta-feira, agosto 11, 2005
Perfil do Português
De acordo com o fidedigno jornal "Correio da Manhã" (não faço o link porque não encontro a notícia, não tenho muito tempo e falta-me a paciência) as três palavras mais procuradas pelos portugueses na internet, no primeiro semestre de 2005, foram, por ordem de grandeza:
Sexo;
E-mule;
Benfica.
Ora, isto diz muito da nossa essência:
Gajas, esquemas para não pagar e bola. É tudo quanto um bonus pater familiae necessita para ser feliz.
E repare-se, gajas no computador, o que não significa adultério. Pois como diz George Constanza do alto da sua sapiência: "não há traição se não houver sexo".
Sexo;
E-mule;
Benfica.
Ora, isto diz muito da nossa essência:
Gajas, esquemas para não pagar e bola. É tudo quanto um bonus pater familiae necessita para ser feliz.
E repare-se, gajas no computador, o que não significa adultério. Pois como diz George Constanza do alto da sua sapiência: "não há traição se não houver sexo".
terça-feira, agosto 09, 2005
Nota 10
Foi sem qualquer tipo de dúvida o ponto alto do meu Festival do Sudoeste 2005. Devendra Banhart entrou às 20.30, mas podia ter entrado às 7.30 da manhã. O resultado seria o mesmo: fantástico.
Acompanhado de uma banda que bem podia ser uma fabulosa mistura entre uns Grateful Dead e uns Cosby, Still, Nash & Young (e também havia por lá pitadas dos Jefferson Airplane), Devendra desfilou o seu alt-folk (que por sinal é do melhor que se tem feito por aí) de forma a que no fim só me apetecesse chorar. Queria mais... queria muito mais. De qualquer das formas fica um concerto inesquecível que deu para tudo (até um anónimo do público teve direito a cantar e tocar).
O melhor elogio de que me lembro é este: há muito tempo que não desejava tanto ser uma rock star depois de ouvir alguém a tocar.
"Mesadinha"
Para que o "Mensalão" se tornasse um escândalo de dignidade internacional só faltava mesmo a "garota de programa".
sexta-feira, agosto 05, 2005
Pressão alta
A pressão de trabalhar em Agosto resume-se a decidir qual a melhor maneira de aproveitar os fins-de-semana.
quinta-feira, agosto 04, 2005
quarta-feira, agosto 03, 2005
Banho de sangue
A primeira coisa que fiz ao entrar em férias foi fazer a barba. A execução do projecto correu manifestamente mal.
Ainda o Mensalão
Já parece perseguição. Sempre que o BES aparece a PT vem ao retardador ou vice-versa.
São uma espécie de Butch Cassidy e Sundance Kid.
São uma espécie de Butch Cassidy e Sundance Kid.
Terrorismo
É sintomático do estado em que Portugal se encontra quando a luta contra o terrorismo é desencadeada por um arresto por falta de pagamento e, para variar, as instalações já estão vazias.
Fica a dívida (também para variar) mas salva-se um dia de trabalho para a brigada anti-terrorista.
P.S- Teria algum interesse saber quem era o exequente.
Fica a dívida (também para variar) mas salva-se um dia de trabalho para a brigada anti-terrorista.
P.S- Teria algum interesse saber quem era o exequente.
segunda-feira, agosto 01, 2005
Rua com estes gajos
Subscrevo a excelente análise do DC à entrevista de Santana, só me assusta que como candidato temos um senhor chamado Carrilho que mantém um discurso vago só concretizando na exigência de direcção assistida para os camiões do lixo e de um mercado para cada bairro (género as piscinas de Santana).
domingo, julho 31, 2005
Calimero
A entrevista de Pedro Santana Lopes à revista Única é um dos maiores exercícios de hipócrisia e auto-comiseração que eu alguma vez assisti.
É doloroso e susceptível de provocar sentimentos de vergonha alheia o que ali vem escrito.
Nela aprendemos que o ex-P.M tem tendência a ficar “fulo”, que não gosta de discotecas, mas que afinal até gosta só que de uma maneira diferente (?), que nunca experimentou cocaina, mas que há quem diga que isso é um erro(?), que quando pôs um lenço na cabeça aquilo foi um horror(?) e, para mim a melhor, dá a sua palavra de honra que não bebe, mas duas perguntas abaixo diz que prefere mil vezes sair à frente de toda a gente e beber um copo com os amigos.
Na parte política, imagine-se, vai inaugurar 7 piscinas até Setembro, dormiu mal quando pensou que ia ganhar o congresso onde Durão Barroso o chamou um misto de Gabriel Alves e Zandinga e a Câmara só (!) terá de pagar 2 milhões de euros pelo estudo prévio de Ghery se o Parque Mayer não for para a frente.
Espantoso com Santana Lopes ainda acha que tudo o que lhe aconteceu foi por culpa dos outros, dos tais que o “enforcaram”.
É doloroso e susceptível de provocar sentimentos de vergonha alheia o que ali vem escrito.
Nela aprendemos que o ex-P.M tem tendência a ficar “fulo”, que não gosta de discotecas, mas que afinal até gosta só que de uma maneira diferente (?), que nunca experimentou cocaina, mas que há quem diga que isso é um erro(?), que quando pôs um lenço na cabeça aquilo foi um horror(?) e, para mim a melhor, dá a sua palavra de honra que não bebe, mas duas perguntas abaixo diz que prefere mil vezes sair à frente de toda a gente e beber um copo com os amigos.
Na parte política, imagine-se, vai inaugurar 7 piscinas até Setembro, dormiu mal quando pensou que ia ganhar o congresso onde Durão Barroso o chamou um misto de Gabriel Alves e Zandinga e a Câmara só (!) terá de pagar 2 milhões de euros pelo estudo prévio de Ghery se o Parque Mayer não for para a frente.
Espantoso com Santana Lopes ainda acha que tudo o que lhe aconteceu foi por culpa dos outros, dos tais que o “enforcaram”.
sexta-feira, julho 29, 2005
quinta-feira, julho 28, 2005
Ratos
Deviam inventar um mouse para o computador sem fazer clic, pode tornar-se enervante ao fim de um tempo.
Adeus Cavaco
Embora queira que Cavaco Silva ganhe as eleições, temo que depois de ontem Manuel Monteiro ter dado a sua preferência ao professor, a campanha tenha sofrido um golpe fundo de mais para poder levar de vencido o movimento MASP*.
*Irei referir sempre a campanha de Mário Soares por este nome por achar muito mais divertido
*Irei referir sempre a campanha de Mário Soares por este nome por achar muito mais divertido
quarta-feira, julho 27, 2005
Há siglas e siglas
Com a possibilidade de candidatura de Mário «eu tenho 81 anos» Soares a Belém, volta à baila o célebre MASP. Prespectivando-se a III parte da saga (se fosse um filme, o MASP III seria o Rocky V), venho aqui lembrar que MASP só interessa verdadeiramente um.
O Museu de Arte de São Paulo (MASP), situado em plena Av. Paulista, foi inaugurado a 2 de Outubro de 1947 por Assis Chateaubriand (fundador e proprietário dos Diários e Emissoras Associados) e pelo professor Pietro Maria Bardi (jornalista e crítico de arte em Itália recém chegado ao Brasil). Lina Bo, arquitecta modernista italiana e esposa do professor Bardi, concebeu o actual edifício do museu. O terreno da Av. Paulista foi doado ao município com a condição de que a vista para o centro da cidade (mais conhecido por Centrão), bem como a da serra da Cantareira fosse preservada, através do vale da Av. 9 de Julho. Construído de 1956 a 1968, a nova sede do MASP foi inaugurada a 7 de Novembro de 1968.
A colecção é a fantástica. A visita obrigatória.
Em relação a MASP's, estamos então esclarecidos.
Uncle Bill
O jeito que dá ser ex-presidente dos E.U.A e se possível com um escândalo à mistura.
Durante um fim-de-semana em Tenerife eis a nota de honorários de William Clinton:
Conferência: 300.000 euros - Tema: "África".
Jogo de Golf: 13.000 euros por cada pessoa que quissesse jogar com Mr. Clinton (foram tantas que cada uma só jogou dois buracos).
Almoço: 30.000 euros por cada comensal com direito a fotografia.
No fim, business as usual.
Durante um fim-de-semana em Tenerife eis a nota de honorários de William Clinton:
Conferência: 300.000 euros - Tema: "África".
Jogo de Golf: 13.000 euros por cada pessoa que quissesse jogar com Mr. Clinton (foram tantas que cada uma só jogou dois buracos).
Almoço: 30.000 euros por cada comensal com direito a fotografia.
No fim, business as usual.
terça-feira, julho 26, 2005
Ondas de Sucesso
Estava ontem a pensar na expressão onda de sucesso e reparei que realmente tem lógica.
Uma onda, tal como o sucesso, quando na sua máxima força arrasta tudo no seu caminho mas acaba por se desfazer na areia. Também existem vários tipos de ondas tal como os vários tipos de sucesso, por exemplo:
- O quebra-coco que começa em cima da areia e morre instantaneamente, tal como as one hit wonders.
- As ondas que navegam os oceanos, e que tarde ou nunca vêm morrer na costa. Ondas David Bowie.
Uma onda, tal como o sucesso, quando na sua máxima força arrasta tudo no seu caminho mas acaba por se desfazer na areia. Também existem vários tipos de ondas tal como os vários tipos de sucesso, por exemplo:
- O quebra-coco que começa em cima da areia e morre instantaneamente, tal como as one hit wonders.
- As ondas que navegam os oceanos, e que tarde ou nunca vêm morrer na costa. Ondas David Bowie.
+ ou -
Ontem fui ver o «Guerra dos Mundos» do Spielberg, filme que nem aquece, nem arrefece. Desinspirado será a palavra certa. Mesmo assim, apesar de não acreditar em vacas sagradas, Spielberg é Spielberg (logo o visionamento do filme impôe-se).
Apesar desta falta de entusiasmo, destaco as 2 razões que me fazem aconselhar o filme a alguém:
Apesar desta falta de entusiasmo, destaco as 2 razões que me fazem aconselhar o filme a alguém:
- A fabulosa representação alegórica da péssima relação entre o pai e o filho, com a incendiária rivalidade entre os Boston Red Sox e os NY Yankees;
& - Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning, Dakota Fanning...
You scratch my back and I'll scratch yours
Já é oficial. Para supresa de poucos, a Al-Qaeda confirmou o seu apoio total à possível e provável candidatura de Mário Soares à presidência da República Portuguesa.
Feios, porcos & maus
Durante os saudosos tempos que vivi em São Paulo, compreendi que uma das características principais que os brasileiros nos atribuem (além do buço das mulheres) é o facto de sermos uma raça rija. De facto, para os brasileiros, os portugueses são pessoal danado para uma boa sessão de bofetada. Gente que não se corta. Gente fleumática. Tal como me diziam vizinhos e companheiros da cerveja geladinha na padoca da minha rua, os adeptos de futebol mais duros do estado paulista são os da Portuguesa. Podem ser em menor número, os que mais perdem e os que menos têm razões para festejar o que seja, mas são aqueles que nunca viram a cara ao tabefe.
A mim, corintiano adoptado, fez-me confusão. Então e a gigantesca Fiel do meu Timão? Diziam-me que isso é outra galáxia. Mas dureza, dureza, têm os adeptos da Lusa. Contavam-me então que ir ao Canindé tentar fazer farinha com os tugas é garantia certa de andar à chapada. Como se costuma dizer... são poucos, mas rijos.
Tudo isto para dizer que apesar de saber e ter presente esta (suposta) característica da alma lusa, nunca esperei ler uma coisa destas. Este fulano está um patamar acima. É uma mistura entre o Miguel da porta do Lux e a Gestapo. Métodos de segurança absolutamente revolucionários, que ainda há pouco tempo estavam (e muito provavelmente ainda estão) a ser testados em Guantanamo.
Uma coisa é certa: com episódios como este, a reputação lusa por terras de Vera Cruz continua como se quer. Brutos! Brutos como'ás casas!!!
A mim, corintiano adoptado, fez-me confusão. Então e a gigantesca Fiel do meu Timão? Diziam-me que isso é outra galáxia. Mas dureza, dureza, têm os adeptos da Lusa. Contavam-me então que ir ao Canindé tentar fazer farinha com os tugas é garantia certa de andar à chapada. Como se costuma dizer... são poucos, mas rijos.
Tudo isto para dizer que apesar de saber e ter presente esta (suposta) característica da alma lusa, nunca esperei ler uma coisa destas. Este fulano está um patamar acima. É uma mistura entre o Miguel da porta do Lux e a Gestapo. Métodos de segurança absolutamente revolucionários, que ainda há pouco tempo estavam (e muito provavelmente ainda estão) a ser testados em Guantanamo.
Uma coisa é certa: com episódios como este, a reputação lusa por terras de Vera Cruz continua como se quer. Brutos! Brutos como'ás casas!!!
Feist, at last
Os bilhetes foram comprados dia 23 de Janeiro, depois de sucessivos adiamentos eis que a 25 de Julho a Feist apresenta-se no Fórum Lisboa ainda que com meia hora de atraso.
Em boa hora diga-se. A Feist, uma guitarra e um microfone foi o suficiente para uma hora e um quarto de muito boa música. De uma simplicidade desarmante e de uma simpatia contagiante (passou mais tempo a falar que a cantar) cantou todas as músicas do seu álbum.
A seguir à massagem de ego ao artista (aplauso para o encore) um magnífico cover do See Line Women de Nina Simone.
Em resumo, bela noite que só pecou por tardia.
Em boa hora diga-se. A Feist, uma guitarra e um microfone foi o suficiente para uma hora e um quarto de muito boa música. De uma simplicidade desarmante e de uma simpatia contagiante (passou mais tempo a falar que a cantar) cantou todas as músicas do seu álbum.
A seguir à massagem de ego ao artista (aplauso para o encore) um magnífico cover do See Line Women de Nina Simone.
Em resumo, bela noite que só pecou por tardia.
segunda-feira, julho 25, 2005
Inédito
Mário Soares pode vir a tornar-se o 1º Presidente da República já com uma fundação com o seu nome.
Tempo volta para trás
Mário Soares liderou o I e II Governos Constitucionais.
Os seus ilustres sucessores foram:
Alfredo Nobre da Costa 1923-1996
Carlos Mota Pinto 1936-1985
Maria de Lurdes Pintassilgo 1930-2004
Francisco Sá Carneiro 1934-1980
Para encontrar o 1º chefe de governo vivo temos de chegar ao VII Governo com Francisco Balsemão, já para não falar dos Governos Provisórios.
Os seus ilustres sucessores foram:
Alfredo Nobre da Costa 1923-1996
Carlos Mota Pinto 1936-1985
Maria de Lurdes Pintassilgo 1930-2004
Francisco Sá Carneiro 1934-1980
Para encontrar o 1º chefe de governo vivo temos de chegar ao VII Governo com Francisco Balsemão, já para não falar dos Governos Provisórios.
sexta-feira, julho 22, 2005
quinta-feira, julho 21, 2005
Tenham lá santa paciência. Se quiserem saltem este.
“A CADEIRA ELÉCTRICA”
Quando me comunicaram a funesta data apoderou-se de mim a angustia dos sentenciados, desde aí só pensei na dor, no ruído e na luz ofuscante. Se ao menos o acto fosse indolor poderia olhar para o executor com ar desafiante. No entanto, qualquer plano que tivesse feito foi neutralizado pela exibição obscena dos seus instrumentos de tortura, conservei a réstia de dignidade que tinha para que os restantes condenados não se consolassem com a minha cobardia - Também, o que importa o que suceda uma vez que me senta naquela cadeira maldita? Posso chorar, insultar e até borrar-me de medo, esses malditos magarefes são sempre muito escrupulosos com a limpeza – Mas no corredor da morte não me posso permitir ser débil ainda que por dentro só pense na dor, no ruído e na luz ofuscante. Tenho medo, quero fugir e faço promessas vãs de emenda, mas tudo isso é inútil porque dentro de um ano estarei de novo aqui: na cadeira do dentista.
Traduçaõ livre do conto “A cadeira eléctrica” do livro “Ajaur Funerário” de Fernando Iwasaki.
Quando me comunicaram a funesta data apoderou-se de mim a angustia dos sentenciados, desde aí só pensei na dor, no ruído e na luz ofuscante. Se ao menos o acto fosse indolor poderia olhar para o executor com ar desafiante. No entanto, qualquer plano que tivesse feito foi neutralizado pela exibição obscena dos seus instrumentos de tortura, conservei a réstia de dignidade que tinha para que os restantes condenados não se consolassem com a minha cobardia - Também, o que importa o que suceda uma vez que me senta naquela cadeira maldita? Posso chorar, insultar e até borrar-me de medo, esses malditos magarefes são sempre muito escrupulosos com a limpeza – Mas no corredor da morte não me posso permitir ser débil ainda que por dentro só pense na dor, no ruído e na luz ofuscante. Tenho medo, quero fugir e faço promessas vãs de emenda, mas tudo isso é inútil porque dentro de um ano estarei de novo aqui: na cadeira do dentista.
Traduçaõ livre do conto “A cadeira eléctrica” do livro “Ajaur Funerário” de Fernando Iwasaki.
Cunha “O Breve”
Nenhum ministro pode invocar motivos pessoais, familiares e cansaço para se demitir passados 4 meses da tomada de posse, ou foi muito ingénuo ou mente nos motivos.
Partindo da mais plausível, a segunda, é uma cobardia o que fez. Se o governo, o aparelho ou quem quer que seja estava contra ele é seu dever, enquanto ministro, zelar pelos interesses dos cidadãos. Preferiu o mais fácil.
Se Campos e Cunha buscava um voto de confiança de Sócrates e este não o deu, temo pelo futuro deste governo. Quando os motivos políticos, passados 4 meses, se sobrepõem à razão… Valha-nos Deus.
Partindo da mais plausível, a segunda, é uma cobardia o que fez. Se o governo, o aparelho ou quem quer que seja estava contra ele é seu dever, enquanto ministro, zelar pelos interesses dos cidadãos. Preferiu o mais fácil.
Se Campos e Cunha buscava um voto de confiança de Sócrates e este não o deu, temo pelo futuro deste governo. Quando os motivos políticos, passados 4 meses, se sobrepõem à razão… Valha-nos Deus.
Jogo abaixo
Eu bem avisei que iria ser difícil passar o tempo. Parece que o bridge e a canasta não chegaram para entreter toda a gente e, imagine-se, começou tudo a ficar assanhado. Salvo raras e nobres excepções, a direita bloguística está em plena fase de descontrolo emocional.
A depressão ideológica está a um pequeno passo.
quarta-feira, julho 20, 2005
Joder qué calor
Jogar futebol às 8 da noite em Madrid é remotamente equiparável a entrar no forno da padaria da Beira-Tejo às 5 da manhã… ou seja um calor insopurtável. À passagem da vintena de minutos, remetido voluntariamente à defesa, comecei a fazer uma cerradíssima marcação à zona… à zona da sombra que entretanto crescia na zona do canto.
Palavras que nunca te direi
Em espanhol algemas chamam-se esposas, retrete tem o bonito nome de inodoro e a página de jornal com os crimes e sequestros chama-se “pagina de sucesos”.
Mau feitio
Entra no WC do centro comercial e vê 5 urinóis livres. Um deles tem um papel afixado por cima com o aviso de avariado. É exactamente esse urinol o escolhido para a mijinha pretendida.
terça-feira, julho 19, 2005
Meu querido Portugal
Coimbra
Uma cidade cuja canção emblemática tem por letra, tem mais encanto na hora da despedida não pode augurar nada de bom. Se fosse um dentista eu ainda percebia já que toda a gente se quer pôr andar de lá, agora uma cidade.
Uma cidade cuja canção emblemática tem por letra, tem mais encanto na hora da despedida não pode augurar nada de bom. Se fosse um dentista eu ainda percebia já que toda a gente se quer pôr andar de lá, agora uma cidade.
Caras Noticias (apresentadores no banco)
Devia existir um espaço na televisão que se dedicava a contar onde andam os apresentadores/comentadores na prateleira. Onde estava a Serenella depois da casa cheia e antes do SMS? Por onde andou José Figueiras antes do Às duas por três? O que foi feito de Rui Tovar?
Podiam fazer o primeiro programa com o tema “Quem tem visto Júlio Isidro”.
Podiam fazer o primeiro programa com o tema “Quem tem visto Júlio Isidro”.
segunda-feira, julho 18, 2005
Escrita Portuguesa
Depois de tanto tempo, aqui vão POST(a)S p’ra todos!
Número de pessoas: 4
Tempo de preparação: 0H55
Modo de preparação: Lume&Forno
Grau de dificuldade: Médio
Ingredientes:
1 lombo(s) de bacalhau, 1 limão, 5 dl leite, 4 dente(s) de alho, 4 cebola(s), 1 ramo salsa, 4 dl azeite, sal e pimenta q.b., batata(s), 3 amigos.
Modo de Preparação:
1. Lava-se muito bem o bacalhau, tira-se a pele e põe-se de molho em água com o limão cortado às rodelas. Deve mudar-se a água de hora a hora até o bacalhau ficar bem demolhado.
2. Leva-se o leite ao lume com o bacalhau e deixa-se levantar fervura, após o que se passa por água fria.
3. Em seguida põe-se o bacalhau numa assadeira de barro e tempera-se com pimenta e sal se for necessário. Juntam-se os dentes de alho e as cebolas cortados, a salsa e o azeite de forma a cobrir bem o bacalhau.
4. À volta e por cima do bacalhau colocam-se as batatas cortadas às rodelas e regadas como mesmo azeite.
5. Leva-se ao forno e serve-se numa travessa.
6. Props p’ró pessoal.
Lingua Portuguesa
Espanha e Brasil firmaram a semana passada um acordo que obriga o ensino da lingua espanhola, como segunda lingua, em todos os liceus brasileiros.
Não é mais que constatar o óbvio que o Brasil, emparedado por países hispânicos, tem tudo a ganhar com este acordo, tanto a nível cultural como a nível económico.
Não podemos no entanto esquecer o portentado que o Brasil representa na América do Sul e aqui começam as coisas que não entendo.
O Instituto Cervantes e o Instituto Camões foram criados com um ano de diferença, 1991 e 1992 respectivamente, o Instituto Cervantes está centrado em 8(!) cidades brasileiras, o Instituto Camões tem apenas um centro de lingua portuguesa em toda a América do Sul, em Buenos Aires.
O espanhol é falado em 20 países por 400 milhões de pessoas, na sua maioria centrados no mesmo Continente.
O português é falado em 8 países, por mais de 200 milhões de pessoas, espalhado por 4 continentes, dos quais 6 estão virados para o Atlântico.
Apesar das condições extremamente vantajosas que a lingua portuguesa apresenta esta arrasta-se em morte lenta. Quando não seria utopia lutar pela hegemonia da lingua portuguesa na América do Sul verifica-se que Portugal, em mais de 10 anos, não fez qualquer esforço para penetrar no mundo hispânico.
Ora, são estas “pequenas coisas” que distinguem vistas curtas de vistas largas. O Instituto Cervantes está desde a sua fundação a profiar no Brasil com os resultados ilustrados no primeiro parágrafo deste texto.
Depois queixamo-nos.
Não é mais que constatar o óbvio que o Brasil, emparedado por países hispânicos, tem tudo a ganhar com este acordo, tanto a nível cultural como a nível económico.
Não podemos no entanto esquecer o portentado que o Brasil representa na América do Sul e aqui começam as coisas que não entendo.
O Instituto Cervantes e o Instituto Camões foram criados com um ano de diferença, 1991 e 1992 respectivamente, o Instituto Cervantes está centrado em 8(!) cidades brasileiras, o Instituto Camões tem apenas um centro de lingua portuguesa em toda a América do Sul, em Buenos Aires.
O espanhol é falado em 20 países por 400 milhões de pessoas, na sua maioria centrados no mesmo Continente.
O português é falado em 8 países, por mais de 200 milhões de pessoas, espalhado por 4 continentes, dos quais 6 estão virados para o Atlântico.
Apesar das condições extremamente vantajosas que a lingua portuguesa apresenta esta arrasta-se em morte lenta. Quando não seria utopia lutar pela hegemonia da lingua portuguesa na América do Sul verifica-se que Portugal, em mais de 10 anos, não fez qualquer esforço para penetrar no mundo hispânico.
Ora, são estas “pequenas coisas” que distinguem vistas curtas de vistas largas. O Instituto Cervantes está desde a sua fundação a profiar no Brasil com os resultados ilustrados no primeiro parágrafo deste texto.
Depois queixamo-nos.
Do que é feito o cócó
15% A Bola
+
15% Caras
+
10% Tal & Qual
+
10% RollingStone
+
20% Bravo
+
20% 24 Horas
+
10% Blitz
=
New Musical Express
+
15% Caras
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10% Tal & Qual
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10% RollingStone
+
20% Bravo
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20% 24 Horas
+
10% Blitz
=
New Musical Express
sábado, julho 16, 2005
sexta-feira, julho 15, 2005
All Star Hotel
Hotel Puerta América
Foi inauguarado em Madrid o Hotel Puerta América.
34.000m2, 18 andares, 342 quartos.
Cada andar projectado por um arquitecto diferente, entre eles Jean Nouvel e Norman Foster.
A fachada (Nouvel) foi criticada pelos restantes arquitectos, alegaram que limitou a capacidade criativa. Entre outros mimos; "Sempre odiei o arco-íris, parece um hotel de Maiorca em Madrid" (Ni Mariscal).
Não me choca, mas faz-me lembrar o logotipo da Robialac.
Sic Gloria Transit Mundi
"Corporación Dermoestética gana un 25,71% en dos días desde su salida a Bolsa".
Será que a Lili Caneças recebe dividendos?
Será que a Lili Caneças recebe dividendos?
quinta-feira, julho 14, 2005
Atlético de Madrid
Toda a vida fui colchonero. Sempre me identifiquei com o Atlético de Madrid e só a ida de Figo para Espanha fez com que mudasse (vergonhosamente) para o Barcelona e depois para o Real.
Vem ao caso para mostrar a melhor campanha de imagem que algum clube alguma vez fez.
Vem ao caso para mostrar a melhor campanha de imagem que algum clube alguma vez fez.
Consiste num vídeo de um emigrante a escrever as maiores mentiras que se conseguiu lembrar... o resto pode ser visto aqui.
quarta-feira, julho 13, 2005
I-Pod matar
Em Nova Iorque, um miudo de 15 anos foi morto com duas facadas no peito por recusar-se a entregar o seu I-Pod a um grupo de meliantes. Quando o valor da vida é ultrapassado por um objecto que dá música não nos podemos deixar de perguntar até onde isto pode chegar. Os assaltantes, depois de o matarem, ainda lhe levaram os ténis e o telemóvel, tudo símbolos, símbolos pelos quais hoje alguns são capazes de matar.
Vida de Pintor
Nos primeiros três anos que Juan Gris passou em Paris existem dois tipos de trabalhos; os auto-retratos, que davam dinheiro, e os outros, que serviam para cobrir as dívidas, estes últimos têm todos uma dedicatória a agradecer a gentileza da sua aceitação por parte do credor. Retratista é o equivalente a qualquer estágio, refina-se o traço, aprende-se e é-se mal pago.
Guitarras
Está em Madrid a maior exposição alguma vez feita do pintor Juan Gris, considerado o último elemento da Santissíma Trindade do cubismo a par de Braque e Picasso. Não o conhecia, depois de a ver fiquei com a nítida sensação de já ter visto aquilo em algum lado.
Alguém me consegue explicar a atracção doentia que os cubistas tinham por guitarras?
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